segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

EOS II, A DEUSA MÃE DAS GLORIOSAS ERECÇÕES MATINAIS


Por Artur José Felisberto[1]

Figura 1: Antes de nascer o sol, a estrela da manhã aparece como Eos / Istar.

Eos, a equivalente grega de Eoster / Istar, e Afrodite tinha a má fama de ninfomaníaca porque, entre outras razões, era a responsável pelas matutinas «tesões do mijo»! O resto ficou a dever-se apenas à fértil imaginação dos poetas e é assim que mais uma vez deparamos com motivos fúteis para duvidar da etimologia tradicional a respeito da origem dos lusos falares. Senão repare-se:
«Teso e tesão», por via popular, s. m. tesura; ímpeto; embate violento; (gír.) erecção; rijeza <= Lat. tensione = acto de esticar < Tan-Chu-Anu, lit. “cobra com cio ou em postura de luta” => «tensão» por via erudita, s. f. qualidade ou estado do que é tenso! Ora, que motivos teriam levado à síncope do «n» de tan por via popular? Teria sido por causa duma ressonância com Thesan, o nome da deusa do tesão matinal dos etruscos?
Thesan, the Etruscan goddess of the dawn, associated with the generation of life and the patroness of childbirth. She shows some similarities with the Roman Aurora and Greek Eos. Her name literally means "dawn".
Thesan < Te-Ishan < Ashnan, deusa suméria do grão > Tesana.
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Figura 2: Nascimento de Gea / Pandora.
Figura 3: Nascimento de Pandora ou ménade entre sátios?
Ladeada por Hermes e por um deus que parece em erecção matinal (ou será uma mera aparência por defeito na conservação da imagem?) quase que poderíamos postular a hipótese de estarmos perante uma cena de Eos nascendo entre os dois divinos montes gémeos da aurora, a oriente o monte de Erme (Propileu), apolíneo e ictifálico, e a ocidente Hermes (Psicopompo) o guardião dos mortos e do «sol-posto». Comparar com motivo idêntico de vaso grego na figura seguinte.
Qual será a etimologia do nome desta deusa etrusca? O nome desta deusa será uma prova da origem hitita e troiana dos etruscos de que o calão português, no seu manifesto arcaísmo, seria e um rasto desta tradição esquecida pelos latinos? Teriam sido os lusitanos também descendentes de troianos hititas e particulares amantes da deusa Lvsa (Dea, Dia or Lynsa silvestris?), "Goddess of Field and Forest" do mesmo modo que derem nome ao rio Tejo em homenagem ao deus etrusco Tages "An Etruscan deity who possesses wisdom"??
Possivelmente a explicação será mais simples ainda que reportando o porquê desta questão para a responsabilidade suméria. É que esta deusa etrusca associada à geração da vida pode ter sido uma das primeiras manifestações do reconhecimento do matriarcado da relação da virilidade com a fecundidade. De resto, neste mesmo panteão etrusco, aparece These que tanto pode ser Teseu como o parédro masculino de Tesana de que iriam derivar os termos lusos «teso e tesão» (notar que o «tesão» termo pode ser feminino quando tem conotação sexual!)
Sumério: Tes (H) = único; Tes = Pênis = vigor sexual. Tes Tuku = Envergonhado (ser). Tes-E = Igualmente; Tesh-Bi = Junto. Te-Te = Penatrar. [2]
Tesh-| Bi < Wi < Ki| = pénis & Ki, a crica da Deusa Mãe?
Te-te < ? > Te + esh > Tesh > Tes + an > Thesan > a «tesão»!
                                               > «teso».
«Teso» • (< Lat. tensu, estendido), adj. => tenso; • estendido; • esticado; • inteiriçado; • hirto; • rijo; • imóvel; • firme (…). «Tesão» • (< Lat. tensione, acto de esticar), s. m. tesura; • ímpeto; • embate violento; • (gír.) erecção; • rijeza.
Não será estranho que o sumério pareça mais adequado do que o latim para ser a etimologia da gíria do «tesão» lusitano quando toda a semântica da tensão latina já está latente no termo tês sumério? Obviamente que os latinistas, que têm feito fortuna com a etimologia, não podiam saber sumério porque esta é uma língua morta apenas recentemente exumada! É óbvio que a gíria do «tesão» deve derivar do baixo latim que serviu de substrato ao nome da etrusca Tês-An, literalmente “a Srª. do pénis”, seguramente tanto por razões naturalmente óbvias quanto por ser miticamente a mãe e esposa do fauno Tês, o deus Pen(ish) ou Pan que terá estado por detrás tanto do do Lat. penis sumério. Nem a história mítica, esparsa e escassamente sobrevivente, terá registado todos os nomes dos deuses nem os deuses foram adorados em toda a parte sempre com os mesmos nomes e teónimos. No entanto, descoberto o sumério e feita a correlação étmica o laço esta dado e já podemos unir as pontes da intriga mítica. Os testículos seriam apenas pequenas e envergonhadas «testemunhas» (< Sumer. Tês-tuku-lu = homem envergonhado) do nome do deus Tês!
«Testículo» < Lat. tês-ti-culu, (= pequena testemunha), s. m. (Anat.) cada um dos dois órgãos reprodutores dos animais masculinos, alojados numa bolsa (o escroto).
Na verdade, testículos foram sempre apenas as duplas pequenas testemunhas da realidade única e embaraçosa do tesão e do té-té (se os extremosos pais que brincam às escondidas com os seus bebés, sussurrando té-té, sonhassem a pedofilia implícita neste infantilismo arcaico entenderiam que, afinal, a vergonha do confronto com a sexualidade já vem dos alvores da humanidade!)
Quando o povo, no seu profundo saber de antanho pede aos seus filhos para “esconderem as suas vergonhas” talvez não saibam que a pressão do imperialismo latino os obrigou a traduzir do sumério o embaraço que o nome dos «colhões» sempre provocou às mulheres! As grávidas castelhanas embaraçadas que o atestem! Assim, o conceito de testemunha deve mais a metáfora contida na relação entre o Pénis, o triste condenado pelos testículos, tanto por ter como por não ter tesão, a ser cornudo sem ele e a ser enforcado por ciúmes por o ter a mais! No final temos sempre Eos / Tesana, entre a alegria da pedofilia troiana e os desvarios da Primavera nas amarguras da mortalha de Inverno do seu filho Memnon / Teseu / «Teso»!
Loutsa, or Artemis old name of Artemida, East Attica.
«Lousa» < Lat. lau(t)sa < Loutsa < Lotusa
< *Lotussa (< Rautusa > Aretusa), filha de Leto.
E porque o calão pode ser mais conservador das suas raízes étmicas do que se poderia pensar, deparamos com o facto de a «tesão» se poder também chamar «tusa», pois o nome de Tesana pode ter sido também “mãe Tusa”, literalmente a carinhosa e acariciante deusinha, já que assim se chamou uma das Gorgónias, seguramente a mesma que Medusa!
En la mitología griega, Toosa (en griego Θοωσα) era una ninfa marina hija de Forcis y Ceto y hermana de las Gorgonas. Fue una de las amantes de Poseidón, de quien engendró al cíclope Polifemo.
"Polyphemos, the Kyklops whose power is greatest among the Kyklopes race and whose ancestry is more than human; his mother was the nymphe Thoosa, child of Phorkys the lord of the barren sea, and she lay with Poseidon within her arching caverns." - Homer, Odyssey 1.68
E para terminar este percurso pela gíria há que confirmar que a linguagem erudita deve mais à gíria do que gostariam os bem-pensantes de imaginar pois a sexualidade é uma realidade tão presente na intimidade humana que estranho seria se ela não tivesse desde sempre feito parte fundamental dos pensamentos metafóricos dos Homens! A cacofonia só apareceu quando começou a repressão sexual que só começou quando o patriarcado descobriu que a máxima de que “os filhos da minha filha meus netos são mas os do meu filho serão ou não” não é um dogma porque só tende para a verdade absoluta enquanto for garantido que a filha tem pai legítimo o que reporta sobretudo para fiabilidade da mãe que ou é garantida fisicamente pela escravização da mulher ou espiritualmente pela criação duma moral sexual repressiva que criou dois modelos de Afrodite e de mulher: a santa e casta Afrodite Urania ou a Grande «Putana», Senhora de todos os deuses e homens, a Afrodite Pandemos.
E é então que começam a ter que aparecer os eufemismos míticos para as virgens grávidas filhos de pais respeitáveis que encubavam de deuses incubus.
Obviamente que os equívocos etimológicos foram sempre a arma mais poderosa de trabalho e de recurso dos padres e cortesãos que tinham como S. Judas Tadeu a espinhosa missão de conciliar o impossível através de milagrosas manipulações da linguagem e das crenças dos simplórios. Obviamente que o inconveniente destes mitos eram o de corresponderem a crenças antigas do matriarcado de que todas as criaturas eram filhos do deus da fertilidade que era o deus “manda-chuva” dos ventos e da tempestade que até tinha na suméria o nome genérico de Senhor Vento ou En-lil, seguramente um epíteto funcional de Enki, o deus que por ser o senhor das águas doces era o deus da chuva fecundantes e logo, da furiosas e aguerridas tempestades, trovoa das e tremores de terra.
A verdade e que o mito de Lili de Ardat / Lilu de Irdu seria conversa fiada em torno dos nomes de En-Lil e de sua esposa Lili-te. Ardat reporta para o «ardor» sexual dos deuses manda chuvas que ora eram um par de cobras tenebrosas enroscadas com cio, como Tamuz / Istar, ora um deus fálico e «hirto».
A persistência da semântica na fonética lusitana comprova o quanto os falares pré romanos ibéricos eram próximos das línguas orientais na medida em que os ibéros ligúricos primitivos seriam afinal ou minóicos ou proto-semitas.
Ardat < Kar-de-at ó Kertu > Her-tu > Hirdu > Irdu.
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Figura 4: Erexquigal, “Rainha da Noite”.
Um das menções mais antigas de incubus vem da Mesopotamia na lista dos reis Sumerios, ac. 2400, onde o pai do herói de Gilgamesh é listado como Lilu (Lila). E que este Lilu perturba e seduz as mulheres no seu, enquanto Lilitu, um demónio feminino aparece nos sonhos eróticos dos homens. Outros demónios correspondentes com estes eram: Lili de Ardat que visitava os homens de noite e procriava os filhos fantasmagóricos destes, e Lilu de Irdu que era a contrapartida masculina de Lili de Ardat e que visita as mulheres de noite que deles procriavam. Estes demónios eram originalmente demónios dos ventos e tempestades, mas eles foram considerados eventualmente como demónios nocturnos devido equívocos etimológicos.
A relação deste tipo de deuses com outros muito mais distantes como o Boto do Brasil só demonstra o quanto o patriarcado teve de se esforçar para se justificar. Claro que Bato não é senão uma degradação popular de Ba-uto, deus délfico cretense que teria ficado boto dos membros para ser peixe e seria Baco / Dionísio por meio de Bato o pastor que falseou o mais falsário dos deuses Hermes e que ao ser transformado em básanos, o deus do parágono, a pedra filosofal, acabou por revelar o mistério. Bato era Baco, o filho de Hermes, Dionísio que foi Bacis, Baco, Bagae, Baptas, Bassareu, Bassarides, Bato, Baton, Baubo e Baucis!
A semelhança do começo do nome deste pastor do gado roubado a Apolo e Boreas, o guardião dos ventos esclarece que seria também uma variante do nome deste deus boreal, Wa-ur / Wa-Ku. O deus que punha os cornos aos reis tinha que ser um “filho da mãe” como Hermes e um boi taurino como Dionísio.

Ver: AFRODITE (***) & APOLO KARNEIOS (***) & DIONÍSIO (***)
"Eos, the early-born was rising from deep-flowing Ocean, bringing light to mortals." (Homeric Hymn to Hermes, l. 184)
Precisamente por o facto de a Aurora nascer no mar ser uma evidência metafórica num pais insular como a Grécia, é que se aceita a relação de Eos com Enki deverá ser ainda mais arcaica que a que faz Afrodite nascer da “espuma do mar”. Em qualquer dos casos, a suspeitas de que estamos perante meras variantes do mesmo mito agiganta-se.
Eos < Êôs < Heôs < *Kiash + An > Thesan.
                                            *Kiash > Kiush > Zeos > Zeus,
ou seja, uma das deusas primordiais, esposa ou filha adorada de Enki/Zeus!
Mas ... *Kiash-an > Theshua(n) > Theja > Theia > Heya > «Aia»,
lit.”a dama de companhia” do sol!! > Aya > Ai!
And to Sea (Pontus) and Earth were born Phorcus, Thaumas, Nereus, Eurybia, and Ceto. Now to Thaumas and Electra were born Iris and the Harpies, Aello and Ocypete; and to Phorcus and Ceto were born the Phorcides and Gorgons, of whom we shall speak when we treat of Perseus. -- Apollodorus, Library and Epitome (ed. Sir James George Frazer)

Ver A AURORA NA TRADIÇÃO CALDEIA (***)

"Eos is the sister of Helios (Sun) and Selene (Moon), so we again have the triad of Dawn, Day and Night - both were daughters of Theia."
Então, como Selene veio a ser Artemisa e Helio, Apolo. Como é suspeito Afrodite ser também irmã destes deuses, (pelo menos pelo pai Zeus!) Eos, mais do que " similar" é a própria Afrodite Urania ou Irene, nomes que a deusa acádica teve na Grécia. Ora, a análise do nome de Afrodite reporta-nos para uma arcaica deusa mãe do «fogo da terra», *An Kur Kika, casado com os deuses do fogo (como foi Afrodite com Hefesto)!
De resto, na análise de nomes sugestivos de parentesco como de Afrodite deparamos com possibilidades virtuais tais como:
Amphict(r)yonis < Amphitrite-Anes < An-phôr Thitones > *Aphro-Titania.
Afrodite < Aphro-| Thite < Kike | < *Aphry Thite > Amphitrite.
Atropus > *Aphro-Tos.
Apostrophia < Epistrophia < Aphos Phro Thia => *Aphro-Tos Teia.

Ver AFRODITE / AFROS (***)

Ora, Tite (< Kiki-(Ki) < Theja >) Theia era uma Titania mãe de Eos que seria também Dione < Ki(ki)an, a mãe de Afrodite, de tal modo que estariamos perante trigémeas divinas filhas de Kiki, a deusa mãe primordial.
Eos is the daughter of Hyperion, the One Above, Who Travels High Above the Earth, and of Theia The Divine, or, according to others, of Euryphassa, the Widely-shining One, or of Pallas (and so She is called Aurora Pallantias, Aurora of Pallas). In any case, Her parents are a Sun God and a Moon Goddess, and She is a Titaness of the second generation.
Eury-passa < | Haurji < Kur-ki < Karti | + (ama) | -pasha < Phiash <
*Kiash | > Arti-m-pasa.
No plano linguístico parece que Eos terá sido filha da arcaica deusa do fogo que foi Gaia/Teia. Porém, o facto de Eos poder ter sido filha de Euryphassa não deixa de ser interessante na medida em que nos revela a possibilidade de este mito pré olímpico ter vindo na bagagem dos supostos indo-europeus que invadiram a Grécia pós micénica visto que Euryphassa ser possivelmente Artimpasa, a deusa lunar dos citas ou seja, Artemisa. Como Climene deve ser Artemisa, esta relação mítica em análise deve reportar-se ao tempo em que as duas irmãs eram ainda a mesma entidade mítica do fogo amoroso, que entre os citas era Artimpasa.
Euryphassa < Haurim Phaka < Kar me Kaka > Karimphasha.
Climene < Carhimene < *Karki Mean > «carmim», como a aurora!
Na verdade, Artemisa foi Pótnia Teron, que era funcionalmente Atena Potinija a mesma que também foi Pallas Atena. Em conclusão e pela lógica do 3º excluído podemos inferir que Eos / Aurora foi filha da Deusa Mãe.
Afirmar que Eos era Aurora Pallantias levanta a suspeita de que, ou Atena não foi tão virgem como reza a tradição ou não seria filha mas a própria Atena apaixonada pelo próprio filho que de Eritónio passou a Titónio de Eos!
Se nos déssemos ao cuidado de esmiuçar a árvore genealógica de Eos e seus amantes acabaríamos por descobrir que estamos no terreno incestuoso da história lendária de Atenas e da Ática. No entanto, a ninfomania de Eos retoma a tradição das paixões violentas e vingativas de Istar & Gilgameche e de Anat & Aqhat.

Ver: ACTEÃO (***)

EOS E A NINFOMANIA PEDERÁSTICA
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Figura 5: Cratera do museu Blacas. Supostamente este vaso representaria Céfalo mas…forma de constelação de Orion tendo a seus pés a estrela Sírio da constelação do Cão Maior. No entanto este vaso não nomeia nenhuma das figuras pelo que é pura arbitrariedade dos eruditos continuar a afirmar que nesta face da cratera Blacas Céfalo seria um avatar de Órion só porque se teima na analogia formal de este vaso ser, como vários outros, a representação “do rato de Céfalo por Eos” quando se sabe que: the story of the Athenian Kephalos’ abduction has close similarities to that of Orion: they were both devoted hunters and most handsome among mortals, which aroused Eos’ passion”[3].
Eos’ Abductees: A Matter of Blurred Identity - In the literary sources Eos is reported as the abductress of four youths, all famous for their outstanding beauty: two hunters, Orion and Kephalos, the Trojan prince Tithonos, and one Kleitos of whom we know only that Eos, in love once again, took him to live among the immortals (…).
Orion, however, did not have such a happy end; Eos carried him off to Delos to stay with her as her lover, but in doing so she caused the indignation of the gods until Artemis killed him. After his death Zeus placed him in the sky as a constellation (…). -- EOS AND THE YOUTH: A Case Of Inverted Roles In Rape* Anthi Dipla.
Orion acreditava ser o melhor dos caçadores, e uma vez gabou-se de que era capaz de matar qualquer coisa que a Terra (Gaia) gerasse. Foi então que Gaia, irritada com tamanha jactância, enviou o escorpião que o matou.
Mas outros dizem que Órion, por ser um grande caçador foi amado por Artemisa. Seu irmão Apolo, por não aprovara o romance entre os dois, envia um escorpião para assustar Órion. Apolo, então, desafiou a pontaria de Artemisa, outra grande caçadora, que de longe atinge em cheio um alvo que era senão a cabeça do seu amado que fugia do escorpião. Percebendo o engano que havia cometido, Artemisa, em lágrimas, pediu a Zeus para colocar Órion e o Escorpião entre as estrelas.
Outros afirmam ainda que Orion foi morto por desafiar Artemisa para uma partida de chinquilho, ou que foi abatido por ela por aquele ter estuprado Opis, uma das donzelas que caçavam com ela e que tinha vindo dos hiperbóreos.
Mas outros acreditam que Órion morreu porque os deuses se escandalizaram com o facto de Eos o ter levado como amante para a ilha sagrada de Delos, tendo instigado Artemisa a matá-lo. Obviamente que esta última parte do mito poderia ser datada como sendo posterior aos acontecimentos do século VI a. C., altura em que os atenienses tomaram posse de Delos e ordenaram a sua purificação.
Vers 540 av. J.-C., le tyran Pisistrate d'Athènes ordonne la «purification» de l'île sacrée en déportant sur l'île voisine de Rhénée les sépultures, les personnes âgées ou malades. (…)
Pendant la guerre du Péloponnèse, une épidémie se déclare sur Athènes qu'on attribue à la colère d'Apollon. Athènes décide à nouveau, en 426 av. J.-C., une purification de l'île de Délos en éloignant sur l'île voisine les tombeaux, les personnes prêtes à mourir et les femmes enceintes puisque dans l'esprit de cette purification il était interdit de mourir et naître sur l'île de Délos.
En 422 av. J.-C., Athènes ordonne l'expulsion provisoire de tous les habitants permanents, qui sont établis à Adramyttion, et organise tous les quatre ans, des fêtes déliennes.
Assim sendo o mito de Eos & Orion seria o mais antigo e possivelmente o original tanto mais que Órion era um gigante, filho do deus Poseidon e de Euríale, filha de Minos, rei de Creta. Euríale deve ser uma variante da acádia Aralu / Aruru e Óri-on era literalmente o Oriente e, como Zéfiro, o senhor das brisas, as Auras.
Assim, adiante se entenderá a paixão que Céfalo, o avatar posterior de Órion, virão a ter por Aura, seguramente uma mera variante do nome Aruru e de Eos.
Sendo Órion um exímio e belo caçador, um dia aportou à ilha de Quios onde encontrou a jovem Mérope por quem se apaixonou perdidamente. Enópion, filho de Dionísio e pai da jovem, prometeu-lhe a mão da filha, caso exterminasse todos os animais perigosos da ilha.
Este contexto geográfico e teonímico reporta-nos para a época minóica dos titãs tifónicos como Dagon, Nereu e outros deuses com a forma de cobras-do-mar (Mérope).
 (…) Among the vast number of existing examples the cases where the youth is identified by inscription are very few and even then problematic. The hunter is named Kephalos in four cases (…) and the schoolboy is once identified as Tithonos, appropriately given as companions Priam and the founder of Troy Dardanos (…). This led Beazley to recognize the hunters as Kephalos and the schoolboys as Tithonos (…).
The schoolboy, on the other hand, is only once named Tithonos and then by a painter of the Group of Polygnotos which has produced the greater part of our surviving inscriptions on the theme. Inscriptions naming the boy with lyre Kephalos and the occasional exchange of companions between hunter and schoolboy make it probable that vase painters also saw at least some schoolboys as Kephalos, thus highlighting different aspects of the Athenian ephebic education (…). As the sole inscription suggests though, they also had Tithonos in mind; after all he was a famous lover of Eos as well and the only one to become her husband. To what extent they recognised Tithonos or Kephalos in the lyrebearing or unspecified youths, we cannot say. We could not even exclude the possibility that the hunter at least reminded them at times of Orion. Athenian or not, however, it was essential that all lovers conform to the ideal of the Athenian ephebe. The focus is not on Kephalos because of his Athenian origin. The focus is on Eos and the lover, portrayed as an Athenian. -- EOS AND THE YOUTH: A Case Of Inverted Roles In Rape* Anthi Dipla.
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Figura 6: Bóreas raptando Orítia.
Orí-tia, na mitologia grega, era uma princesa ateniense filha do rei Erecteu de Atenas que Bóreas desejava muito. Depois de a cortejar sem sucesso, Bóreas usou da força e raptou-a quanto ela dançava nas margens do rio Illissos que irriga Atenas.
O mito de Eos & Orion parece ser o contraponto de Bór-eas & Orítia e as semelhanças formais ente ambos são patentes desde o nível fonético ao semêntico.
Ori-on e Orí-tia tem a mesma raiz Ori- da «oriental» aurora a apelam ambos paras as brisas as Auras (em grego) que vão aparecer no mito de Céfalo e que antecedem tanto o amanhecer como o lusco-fusco. Assim, tudo sugere que Ori-on & Orí-tia teriam sido outrora o mesmo par de deuses da Aurora. Como Bóreas era filho de Eos maior é a convicção de que Orí-tia seria Auri, a deusa das brisas por quem Céfalo suspirava quando ir ter com ela de madrugada durante a caça. Então o casal de deuses da aurora Ori-on & Orí-tia seria o mesmo que Eos / Bór-Eas, ou seja a deusa mãe da Aurora e o deus menino.

EOS & TITONO
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Figura 7: Eos & Cefalos ou Titonos.
Quadros de Eos que procura um aluno que segura uma lira começam nos períodos alvores mais arcaicos, sendo este vaso um dos mais precoces. Quadros de Eos que procura um homem jovem, um caçador, começam cedo a parecer no período clássico. Em três vasos uma inscrição nomeia o caçador, Cefalo; num vaso uma inscrição nomeia o aluno, Titonos. Seria natural, em vasos gregos, nomear o caçador Cefalo e o aluno Titono. Porém, a pergunta é complicada, pois, em dois vasos nos quais Eos é representado com um aluno que segura uma lira, não tanto perseguindo-o mas levando-o nos braços: esperar-se-ia que o rapaz fosse Titonos; mas o nome dele é, Cefalo.[4]
São inúmeras as paixões de Eos, sendo a mais conhecida com Titono, irmão mais velho de Príamo. A deusa amava-o tanto que pediu para que lhe concedessem a imortalidade, mas esqueceu-se da juventude eterna, e dessa forma o amado da atrapalhada deusa transformou-se num velho decrépito, sem nunca, no entanto, morrer. Eos decidiu, então pedir para que Zeus o transformasse numa cigarra.
As suas paixões funestas atribuem-se ao fato de que teve amores com Ares, algo que deixou Afrodite muito enciumada, fazendo com que lançasse uma maldição sobre Eos, para que ela se apaixonasse apenas por homens mortais. - Wikipédia, a enciclopédia livre.
Hymnes homériques, a Aphrodite: De même, Eôs au thrône d'or enleva Tithôn, homme de votre race, semblable aux Immortels. Elle alla demander au Kroniôn qui amasse les nuées qu'il fût immortel et qu'il vécût toujours, et Zeus consentit par un signe de tête, et il accomplit son désir; mais la vénérable Eôs, l'insensée ne songea pas dans son esprit à demander pour lui la jeunesse et à le soustraire à la cruelle vieillesse.
Aussi longtemps qu'il posséda la jeunesse chère à tous, charmé par Eôs au thrône d'or, née au matin, il habita, aux limites de la terre, sur les bords de l'Okéanos; mais, dès que les premiers cheveux blancs se répandirent de sa belle tête, et que sa barbe fut blanche, la vénérable Eôs s'éloigna de son lit.
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Figura 8: Eos perseguindo Titono.
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Figura 9: Eos, perseguindo Titono para lhe dar a cítara de Apolo solar ou roubar a verdura dos anos?.
Figura 9: Eos seduzindo Titono que, de Apolo solar, já tem a cítara e além da juventude.
Se Eos não tivesse nestas iconografias uma postura de assédio sexual pedófilo característica desta deusa dos desejos matinais, nem as asas de Istar, esta cena seria quase uma representação fraterna de Artemisa e Apolo!
Et elle le nourrit cependant, dans sa demeure, de froment et d'ambroisie, et elle lui donna de beaux vêtements. Mais quand il eut atteint l'odieuse vieillesse, sans pouvoir remuer ses membres ni se lever, Eôs pensa que le mieux était de le déposer dans la chambre nuptiale dont elle ferma les portes brillantes. Là, sa voix coule, inentendue, et la force n'est plus qui était autrefois dans ses membres flexibles.
Por fim a precipitada Aurora acabou por ter um lampejo de bom senso transformando Titono, o desgraçado geronte numa cigarra.
O mais provável é que não fosse propriamente uma cigarra nem uma barata tonta como Eos mas um escaravelho que os Egípcios associavam ao deus Xepra e ao renascer do sol.
«Aluno» < Lat. al-umnu de alere "alimentar" ó Lat. alimentu < L. alere
= alimentar, Lat. altus = alto.
               > Grec. Oulo-menos, ê, em, poeta. (gr de metri.) para olo-menos,
aor. parte. de ollumai, = “abusado, arruinado, perdido e consequentemente,
infeliz, miserável, amaldiçoado”.
É inseguro traçar o percurso do termo latino para aluno pelo grego oulo-menos que pode ser uma conotação mais tardia e abastardada do primitivo conceito do aluno alimentado pelo saber do mestre, relacionado com a pedofilia iniciática. Parece que o único conceito que teria ficado no grego com a conotação alimentar seria o Gk. al-daino = crescer.
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Figura 10: Eos perseguindo um aluno.
Em contrapartida o latim teria alguns termos entre o aluno e o alimento, mas não muitos. Na verdade, o étimo latino al- é demasiado reduzido para se poder dizer que tenha tido muita autonomia inter linguística e mesmo em latim é duvidoso que o verbo alere tenha tido mais uso que edere, que o termo grego al-daino seria quase o meio caminho. Na verdade, é quase seguro que al- não teria tido muita autonomia e seria um derivativo de hal, com conotação alimentar pela via do culto dos alhos nos ritos de passagem dionisíacos das festas dos rapazes.
«Aluno» < Lat. alu-mnu < Halu-Mino < Kaur-Mino ó Minotauro.
«Alimentu» < Halimentu < Karmentus ó Sacar-mentu > «sacramento».
Assim sendo, por algum motivo as festas dos rapazes e a pedofilia iniciática ocidental nunca terá assumido o carácter desonroso que eventualmente veio a ter no caso dos maus alunos que acabavam usados e abusados, e por isso miseráveis e amaldiçoados por virtude duma pedofilia iniciática que roçaria o «dolo» e a escravatura. Existem várias etimologias que seriam inicialmente bem vistas ou inofensivas e que acabaram mal vistas por alterações a nível da apreciação ética que certos fenómenos sociais acabaram por ir a ter com a viragem da Grécia micénica para a clássica.
De qualquer forma, é possível que o nome Eri-Tónio fosse uma variante de Ti-Tónio, ou seja do “deus menino cretense o Minotauro, que poderia ter evoluído para *Tanio se não tivesse acabado em Dionísio.

CÉFALO
Na verdade, este menino terá tido muitos outros nomes pois, entre outros namorados de Eos, um teve nome Céfalo.
Em uma versão, Céfalo era filho de Hermes e Herse, filha de Cécrope I e Aglauro. Eos se apaixonou por Céfalo, e o levou para a Síria, onde eles tiveram um filho, Titono, que foi o pai de Faetonte.
Em outra versão, Céfalo era filho de Deioneu e Diomede, filha de Xuto; ele tinha uma irmã, Asterodia, e irmãos, Aenetus, Actor e Phylacus. Deioneu era um dos filhos de Éolo e Enarete, e reinou sobre a Fócida. Céfalo se casou com Prócris, filha de Erecteu; mas Eos se apaixonou por ele, e levou-o embora.
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Figura 11: Eos procurando raptar o caçador Cefalo que aproveita para fugir.
Céfalo era um belo jovem que, amando os exercícios, levantava-se todos os dias antes do amanhecer para caçar. Em uma destas ocasiões, Eos viu-o e apaixonou-se, raptando-o. Céfalo, no entanto, amava profundamente Prócris, filha de Erecteu, com quem havia recentemente se casado, e resistiu aos encantos de Eos. Esta, irritada, despediu o mortal dizendo-o ingrato e que instigando-o a voltar para a esposa, que um dia lhe traria grandes lamentos.
Eos, irritada com Céfalo disse-lhe que poderia provar que Prócris poderia ser facilmente seduzida por um estranho. Bastaria que ele entrasse em casa disfarçado com a intenção de seduzir Prócris, o que veio a acontecer comprovando-se o vaticínio de Eos.
Céfalo voltou a sua esposa e retomou a sua felicidade assim como as suas actividades no bosque.
No final de suas caçadas diárias, Céfalo se encontrava muito cansado. Assim, adorava a brisa (Aura) que refrescava seu corpo nos momentos de descanso. Adorava-a tanto que clamava por ela.
Alguém ouviu suas clamações e contou o fato à Prócris que, no dia seguinte, escondeu-se na mata para verificar se o fato era verídico ou não. Então, eis que Prócris ouviu seu amado clamando pela “brisa” (Aura).
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Figura 12: Eos & Cefalos.
Aura era a deusa Titã da brisa fresca e suave da madrugada. Ela era uma virgem caçadora excessivamente orgulhoso da sua virgindade. Na sua soberba, ela atreveu-se a comparar o seu corpo com o da deusa Artemisa, alegando que a deusa tinha forma demasiado feminina para ser uma verdadeira virgem. Artemisa procurou junto de Nemesis para vingar a sua dignidade, e como castigo, Aura sofreu estupro às mãos de Dionísio. Esse crime levou-a à loucura e na sua fúria, ela tornou-se numa cruel assassina de homens. Quando os seus filhos gémeos nasceram, Aura engoliu o primeiro enquanto o segundo foi apanhado em segurança por Artemisa. Zeus, então, transformou-a numa brisa, a "Aura".
Nota: Aura foi identificada com a deusa Artemisa. O nome de seu pai, Lelantos, é simplesmente a forma masculina de Leto, a mãe Titã de Artemisa.
Ela também tem uma certa semelhança com Eos, a deusa do amanhecer, que muitas vezes faz o papel de uma Artemisa não virginal. Na verdade, os três nomes, Aura, Eos e Artemisa estão intimamente ligados na história do herói ateniense Céfalo.
Um comentário antigo de Nonnus descreve Aura como a filha da deusa frígia Cibele. Isto e a colocação do mito na Frígia, sugerem fortemente que a história foi derivada de um mito local frígio em torno uma deusa caçadora que os gregos identificaram com Artemisa. Como tal, os personagens principais da história pode ter sido Cibele (no lugar de Artemisa), a filha de Cibele (por Aura), e Sabazios (para Dionísio e / ou o deus menino Iakkhos).
Aura também parece ter sido muito identificada com Nikaia, uma filha de Cibele, que era adorado na cidade da Bitínia Nikaia. Aura como ela foi estuprada por deus do vinho. [5]
Fosse como fosse, parece evidente que com toda esta informação na mão qualquer mitógrafo teria dado conta da estranheza que era Céfalo sentir logo pela madrugada necessidade “do descanso do guerreiro” refrescando o corpo nas suaves mãos de Aura sem que se vislumbrasse outro motivo de tal cansaço matinal que não fora a de uma impetuosa actividade sexual com as brisas da Aurora.
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Figura 13: Eos & Cefalos.
Assim sendo, deixa de se estranhar a suspeita de Prócris que, ainda mal tivera acabado de receber uma prova de fidelidade do marido ao rejeitar a poderosa deusa Eos, continuava ainda assim desconfiada da sua estranha paixão pela matutina caça diária, a horas que o comum dos mortais estaria no regaço de suas amantes e esposas.
Prócris pensou que a Aura, a "brisa", era o nome de uma amante e entristeceu-se. Céfalo nesse instante percebeu que havia alguém ou algo perto de si no momento e, achando que poderia ser uma caça, atirou seu dardo contra Prócris. Vendo que atingira sua amada, Céfalo implorou que ela vivesse, porém em vão.
Obviamente que um caçador exímio como Céfalo só teria confundido a própria esposa com uma peça de caça se estivesse comprometido numa situação de que se dispensavam testemunhas, neste caso enganando a esposa com a mesma amante de sempre: Eos, a própria Aurora! Na verdade, embora tudo nos mitos seja mera gestão retórica das aparências credíveis também não se estranha que Eos largasse facilmente as suas presas pelo que o mito de Céfalo só pode andar mal contado. Quanto muito Cefalos terá preferido a filha Aura à sua mãe Eos, que no papel de vingativa Artemisa inspirou os ciúmes justificados de Prócris.
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Figura 14: Eos & Cefalos.
De facto, na versão mais antiga do mito Prócris era uma mulher quase tão leviana quanto Eos.
A primeira versão da história de Prócris vem de Ferecides de Leros.
Céfalo permanece longe de casa por oito anos porque queria testar Prócris. Quando ele regressa a casa disfarçado consegue seduzi-la. Apesar de se terem reconciliados, agora é Prócris que suspeita que o marido tem uma amante porque ia mutas vezes à caça para longe. Um servo diz-lhe que Céfalo pedia a Nephele (nuvem) para se aproximar dele. Procris, da próxima vez que ele foi caçar, segui-o e quando ela ouviu realmente o marido chamar por Nephele saltou detrás da moita onde se escondia. Ele assustou-se e atirou-lhe com uma flecha pensando que ela era um animal selvagem, e matou-a.[6]
Ovídio reconta parte da mesma história mas em vez de uma nuvem que desse sobre aos tórridos dias de caça mediterrânicos coloca o caçador a repousar à hora da sesta nos mesmos dias tórridos de caça mediterrânicos suspirando em voz alta por um vento suave e refrescante ficando-se sem saber se Céfalo andaria apaixonado por Zéfiro ou por Aura.
Apolodoro dá uma caracterização completamente diferente de Prócris. Afirma que esta foi subornada com uma coroa de ouro para dormir com Pteleón, mas foi descoberto pelo marido na sua cama. Em seguida, ela fugiu do marido e foi ter com Minos a Creta, que ajudou a curar de sua doença genital resultante duma praga de Pasifai. Em reconhecimento ele deu-lhe um cão que nunca perdia a presa mais um dardo infalível. Prócris deu o cachorro ao marido para se reconciliar com ele.


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Figura 15: “The cocks call Eos in the morning, and She awakes and leaps eagerly from the bed of Tithonos, the deathless Trojan prince who is Her husband.”
Eos is similar to Aphrodite, and at night She sleeps with Tithonos, who is similar to Adonis and was granted immortality by Zeus; He lives with Her as son and lover at the Eastern rim of the world, from which She rises each morning. They are called Tito and Tithonos, both forms of "Titan," which means Day in a non-Greek language. [7]
"Now Dawn rose from Her couch from beside lordly Tithonus to bring light to Immortals and to mortals." (Iliad XI.1).
For Huperion wedded glorious Euryphaessa, His own sister, who bare Him lovley children, rosy-armed Eos and rich-tressed Selene and tireless Helios who is like the deathless Gods." (Homeric Hymn XXXI, To Helios).
Higino diz que o cão e o dardo foram presentes da deusa Artemisa (e não de Minos) e Antonino Liberal escreve que ela se disfarçou de homem jovem para seduzir Céfalo que caiu na armadilha. Assim, como ambos caíram na mesma artimanha de infidelidade, acabaram reconciliados.
De resto e no final, nem deparamos com a tradicional metamorfose da defunta Prócris. Na segunda versão do mito descrito por Ovídio “na arte do Amor” existe uma metamorfose mas fora do contexto nemésico expiatório porque foi a transformação em pedras dos presentes de reconciliação trazido por Prócris, “o cão que nunca perdia a presa mais um dardo infalível, feita por Zeus.
Uma das razões possíveis para a falta de comparência de Nemesis nesta hubris de Cáfalo pode ser precisamente o facto de estarmos perante mais uma das muitas vicissitudes dos equívocos semânticos de diversos nomes de deuses e deusas da madrugada misturados com uma história real de uma princesa ninfomaníaca como Eos casada com um príncipe ateniense com tendências homossexuais.
Outro destes deuses da aurora teria sido António, literalmente o Sr. Tónio ou cobra celeste que era o crescente lunar.
Pócr-is < Phau-Kr-is < Kakur < Sakur, deus da manhã.
Ke-phalos < Ka-pher + Anu > *Kiphuran ó Huperion ó
< Kapherian < *Kiphuran, lit. “o que transporta a alma do sol para o céu”!
«Cavalo» < Ka-palos > Hapalos > Apolo.
Kephalos is being carried off by Eos because of his beauty. With Tithonos she bore Memnon, the ancestor of Agamemnon. (Theogony 984). The son of Kephalos and Eos was Phaethon, who was so lovely that Aphrodite stole him away and kept him as her temple-keeper.
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Figura 16: Supõe-se que o auriga descrito nas “Peintures des vases antiqúes” por William Hamilton & Pierre d' Hancarville seja Orestes mas pode bem ser Faetonte, cocheiro do carro lunar de sua mãe Eos, que se revelou um desastre quando tentou conduzir o carro do seu pai Hélios, o sol, irmão de Eos.
Se o filho de Eos com Cefalos foi Faetonte é evidente que estamos num ponto de cruzamento de mitos onde Apolo e Hélios se encontram com Cefalos por serem todos pais de Faetonte, o jovem deus, precocemente nascido tão desastradamente como estouvada era a sua possível mãe Eos, que como Lúcifer ca
iu do carro solar.

Ver: ATENA / TITONIO (***) & APOLO (***)

Sendo uma titânide Eos seria casada com um titã que era o sol e aí começam os equívocos com o nome de um qualquer príncipe hitita, real ou imaginário, de nome Tithonos.
Adónis < At-Anis < Ki-Hanish > Titianush > Titónios.
Claro que Titonos é uma variante de Adonis pelo que é muita coincidência junta a existência de duas deusas do amor apaixonadas por dois mortais com nomes foneticamente semelhantes e da mesma linhagem étmica!
De igual modo podemos aqui concluir que Atena e Artemisa são variantes da deusa mãe primordial razão pela qual chegaram á época clássica já na menopausa divina transformando-se assim em deusas ociosas e sexualmente inactivas! Então com a cultura grega terão sido submetidas a cirurgia reconstrutiva que lhes restituiu a eterna virgindade de que iniciando-se assim um processo de cirurgia mítica de que a Virgem Maria viria a ser a maior beneficiária!
Se os mitógrafos em crise de mística dúvida, por excesso de confusa informação de diversas origens culturais, tivessem meditado um pouco mais antes de profetizarem à toa teriam reparado que Pallas era Atena, a sempre Virgem Mãe, que teve apenas um filho secreto do deus do fogo Hefesto, Eritónio!
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Figura 17 & 18 : Eos chorando a morte de Memnão, o seu filho troiano!
Eos foi uma variante enjeitada do mito de Afrodite e, tal como esta chorou amargamente a perda de Adónis, Eos iria ficar na história da mitologia clássica como a premonição da Mater Dolorosa dos Cristãos em cenas pungentes que os pintores gregos iriam buscar às epopeias homéricas na representação trágica e funérea da morte de Memnon.



[2] Tes (H) = Unique; Tes = Penis = vigor sexual. Tes Tuku = Ashamed (to be). Tes-E = Equally. Tesh-Bi = Togethor. Te-Te = Penatrate (to)
[3] EOS AND THE YOUTH: A Case Of Inverted Roles In Rape* Anthi Dipla.
[4] Pictures of Eos pursuing a schoolboy, who holds a lyre, begin in the latest archaic period, our vase being one of the earliest. Pictures of Eos pursuing a young man, a hunter, begin in the early classic period. On three vases an inscription names the hunter, Kephalos; on one vase an inscription names the schoolboy, Tithonos. It would be natural, in uninscribed vases, to name the hunter Kephalos and the schoolboy Tithonos. The question is complicated, however, by two vases on which Eos is represented with a schoolboy who holds a lyre, not indeed pursuing him, but carrying him in her arms: one would expect the boy to be Tithonos; but his name is inscribed, Kephalos. -- The Perseus Project.
[5] AURA was the Titan goddess of the breeze and the fresh, cool air of early morning. She was a virgin-huntress who was excessively proud of her maidenhood. In her hubris she dared to compare her body with that of the goddess Artemis, claiming that the goddess was too womanly in form to be a true virgin. Artemis sought out Nemesis (Retribution) to avenge her dignity, and as punishment, Aura suffered rape at the hands of Dionysos. This crime drove her to madness and in her fury she became a ruthless, slayer of men. When her twin sons were born, Aura swallowed one whole, whilst the second was snatched to safety by Artemis. Zeus then transformed her into a stream (or perhaps her namesake breeze "aura"). NOTES: Aura was closely identified with the goddess Artemis. The name of her father, Lelantos, is simply the masculine form of Leto, the Titaness mother of Artemis.
She also bears a certain resemblance to Eos, the dawn-goddess, who often plays the role of a non-virginal Artemis. Indeed, the three names, Aura, Eos and Artemis are closely linked in the story of the Athenian hero Kephalos.
An early comment by Nonnus describes Aura as the daughter of the Phrygian goddess Kybele. This and the placement of the myth in Phrygia, strongly suggest that the story was derived from a Phrygian myth surrounding a local huntress-goddess which the Greeks identified with Artemis. As such, the main characters of the story may have been Kybele (in place of Artemis), the daugher of Kybele (for Aura), and Sabazios (for Dionysos and/or the child Iakkhos).
Aura also appears to have been closely identified with Nikaia, a daughter of Kybele who was worshipped in the Bithynian town of Nikaia. Like Aura she was raped by the wine-god.
[6] The earliest version of Procris' story comes from Pherecydes. Cephalus remains away from home for eight years, because he wanted to test Procris. When he returns, he succeeds in seducing her while disguised. Although they are reconciled, Procris suspects that her husband has a lover, because he is often away hunting. A servant tells her that Cephalus called to Nephele (cloud) to come to him. Procris follows him the next time he goes hunting, and leaps out of the thicket where she is hiding when she hears him call out to Nephele again. He is startled and shoots her with an arrow, thinking that she is a wild animal, and kills her.
[7] Eoster, Mysteries of the Resurrected Child (c) 1996, John Opsopaus.

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