quinta-feira, 25 de abril de 2013

DEUSAS DA ÁGUA VIVA, por arturjotaef

HEBE. 1

NÉCTAR. 6

EVA.. 8

 

HEBE

Pour alléger son sort, la déesse Inanna autorisa Geshtinanna la soeur de Dumuzi, déesse du vin à prendre sa place tous les six mois par alternance. Inanna la Reine du ciel, devient elle aussi un symbole de la résurrection, comparable aux pouvoirs de légende détenus par la déesse égyptienne Isis qui a fait revivre son époux Osiris assassiné et déchiqueté par son méchant frère Seth et s'est même fait féconder post-mortem par l'esprit de son époux d'un fils qu'elle nommera Horus.

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Figura 1: Figura helenística de Hebe, a copeira dos deuses, num vaso relativo à lenda dos argonautas e ao mito da morte de Talos.

A ingenuidade mítica chega a atingir as raias da desatenção infantil. Sendo intuitivo que o primeiro casal divino só poderia ter sido formado por dois irmãos, na mesma lógica do poder solitário que obrigava os faraós a casarem com as irmãs, Damuz deveria ser irmão de Inana pelo que Geshtinana seria Inana enquanto Vesta, Hestia ou a «Gesta» que alimenta o fogo celeste ou era, como o mito atesta, irmã gémea de Inana.

Na verdade, Gesht-inanna era a “deusa do vinho” por ser este o papel reservado às deusas da água e do fogo das estâncias termais, em virtude da relação do vinho e das bebidas alcoólicas com a água-ardente das artes culinárias da telúrica e vulcânica Deusa Mãe *Kima”. Ora, então suspeitamos estar diante duma das facetas Inana, Nim-me-sar-ra, “Senhora de uma miríade de ofícios”.

Gestinanna = Gest-| < Gesta < *Kiash | + Inana ou Innana, enquanto deusa do fogo e da “água-ardente”!

 

Ver: GESTINANA (***)

Entre estas estariam as do fabrico de bebidas fermentadas, que na suméria seriam sobretudo a cerveja por, sendo terras de semeadura entre rios subtropicais como o vale do Nilo e do Jordão, a cevada seria ali mais cultivada do que a vinha.

Siduri (Siduru, Sabatu): Goddess of brewing and of wisdom. Word "alewife", "sabitum", may also mean "woman from the land of Sabum." - the barmaid, the Babylonian equivalent of Hebe, the goddess of divine wine, who is depicted as seated in heaven in the shade of her vineyard - the barmaid, is a manifestation of Ishtar who dwells at the lip of the sea, beyond which is the Land of Life, where Utnapishtim lives. She speaks with Gilgamesh. She wears a veil."

Siduri/Siduru < Ki thuru < Ki Taura, a guerreira taurina >Kikitar > Ishtar.

As funções desta deusa, "of brewing and of wisdom", suposta equivalente babilónica de Hebe, são as duma arcaica deusa do fogo, esposa de Enki o que levanta a possibilidade de Istar ter sido esposa deste deus mântico dos mês e de todas as sabedorias.

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Figura 2: Hebe na suposta função de aguadeira das deusas depois de se ter recusado a servir os deuses por estes se terem rido das suas posturas caricatas quando, por exemplo, se baixava para pousar ou apanhar o cântaro para o encher ou despejar nos vasos dos deuses.

De facto, só assim se compreenderia o mito que refere:

Innana comes to Enki and complains at having been given too little power from his decrees. In a different text, she gets Enki drunk and he grants her more powers, arts, crafts, and attributes - a total of ninety-four me. Inanna parts company with Enki to deliver the me to her cult center at Erech. Enki recovers his wits and tries to recover the me from her, but she arrives safely in Erech with them. (Kramer & Maier 1989: pp. 38- 68).

Seria improvável a existência de duas “deusas da bebida” em contextos semânticos tão ambíguos como este em que Geshtinana se manifesta com «gestos» fonéticos de Inana! Sendo assim é legítima a suspeita de que Geshtinana não seria mais do que um epíteto de Inana / Ishtar, autonomizada por artifício mítico, fosse para exaltar doutrinariamente Inana dispensando-a de funções que começavam a perfilhar-se como subalternas, fosse para a libertar da incongruência de mortes sazonais que lhe eram astrologicamente imprópria e que a lua de facto não manifesta!

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Figura 3: Hebe latina, ou seja, Juventa.

A Temperança (em grego Sofrosina) é uma das virtudes ditas universais, uma dais quais propostas pelo cristianismo. Temperança significa equilibrar, colocar sob limites, "moderar a atracção dos prazeres, assegura o domínio da vontade sobre os instintos e proporcionar o equilíbrio e a Harmonia no uso dos bens criados". Essa virtude serve para controlar o pecado da gula. É também uma das 4 virtudes cardinais. Inicialmente significava o que ainda significa no uso comum, o tempero adequado em sal dos alimentos e da água no vinho.

De certo modo o catecismo católico é uma espécie de psicologia do senso comum romano obtido por refinamento dos cultos helenistas.

A relação de Hebe com *Kima pode ter persistido no nome da Temperança.

Figura 4: Juventas com o Vexillium na mão direita repousa de pé, em postura triunfal ao lado de um troféu formado por um equipamento militar completo: capacete, escudo e couraça. Moeda de bronze de Marco Aurélio de 148 - 149 a.C.

Juventas = Deusa da mocidade (Juvêncio), que os romanos invocavam quando os seus filhos deixavam a toga pretexta, e a quem os jovens ofereciam uma moeda por esta altura.

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A estranha regra ortográfica de antes de «pê» ou «bê» os sons nasais se escreverem sempre com «eme» parece por vezes ter também uma estranha confirmação na etimologia que quase sempre confirma a origem arcaica do «eme» a partir duma relação semântica com a Deusa Mãe! De facto, *Temper, pode ter sido o dos seus nomes da Deusa Mãe das primeiras culinárias.

Assim, se não é a Temperança que nos reporta para Juventas é a grega Sofrosina que nos recorda o étimo do deus manda chuva que foi Enki / Chu-Anu / Oanes.

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Figura 5: De novo Hebe, a potinija que na suméria era uma manifestação de Istar, possivelmente uma variação de fonética moderniza da arcaica deusa do fogo que foi Kiki, esposa de Kius (> kiwe) / Enki, aparece agora servindo Hera, numa postura de dupla subserviência em manifestação do matriarcado. Servindo não já o seu antigo esposo que teria sido o deus supremo mas a segunda esposa deste![1]

Obviamente também que a boa mão para o tempero do sal e de outros condimentos que davam sabor e gosto aos primeiros rudimentos de culinária humana terá sido uma virtude pressuposta como arte da deusa Temperança perita nos temperos culinários das deusas copeiras, como foi o caso de Hebe e Juventa.

«Temperança» < Lat. Temperantia < *Tempher

+ An-tia, lit. “Antu, a Sr.ª deusa que transporta o Temu, a deusa da inteligência

< Tem-pher-Enkia, lit. “Temis, a que transporta, as leis (grec. Them-

= Te-Mês = deusa dos mes) da sede («ânsia» < Enkia)”

< *Kima-Kur-Enki-K, filha de Enki, o deus da água doce! |

Grec. So-phro-sune < Ju-Pher- | Shuan < Anshu < Enkiku.

Sendo assim a Temperança seria uma das formas das deusas das triplas virtudes, Dina Trivia, deusa do Tempero, da Harmonia e da Juventude.

O templo de Juventas no Capitólio era mais antigo do que o do próprio Júpiter, porque, possivelmente, seria uma forma arcaica duma Cora, filha de Juno.

Esta antiga deusa romana supunha-se filha de Juno e Júpiter com os quais partilhava o radical Ju-.

Juventas < Jove-en-tas, lit. “Ente (celeste nascido) de Jove”

< Shup-En-Te-ash, literalmente a filha de Juven-tio, ou seja, Jove ou Júpiter.

 

Ver: N.ª Sr.ª DAS DORES/SPES (***)

 

Notar que a necessidade duma divindade que presidisse à justa patilha das águas se deve ter feito notar primeiro entre marinheiros sujeitos a crises de carestia de água doce em alto mar e depois em terras e clima de canícula como foram as regiões mediterrânicas de Verão e muitas zonas do crescente fértil nas fronteiras com os desertos do sul mediterrânico e do médio oriente.

Sendo assim a potio, onis latina seria tanto a bebida dos deuses da eterna juventude, servida pela potinija Hebe[2], quanto os seus sucedâneos naturais! Tanto o caldeirão mágico onde era preparado pelo deus do fogo, Hefesto, quanto o cântaro de barro onde era guardado!

Hebe < Ki we (+ el < Kiwel > Cibel) < Kiki.

Os filtros de amor e morte seriam designações de paralelas virtudes mágicas de outras drogas e poções de que os xamãs antigos eram já conhecedores. As poções mágicas, os filtros de amor, os elixires da longa vida e os venenos eram a final um vasto arsenal da farmacopeia do médico primitivo que era o xamã. Quem julgar que a droga e a toxicodependência é uma realidade exclusivamente moderna engana-se desastradamente porque à luz das evidências que o contexto cultural da poção mágica pressupõe só se pode concluir que a apetência por bebidas e substâncias de estranhos poderes sobre o controle da mente sobre o corpo remontam às origens da cultura xamânica de que deriva todo o saber químico e agro-alimentar moderno. Adiante se verá que os deuses da água e do fogo andaram relacionados por complexos abraços míticos. *Pot- = “bebida espirituosa” > líquido > água > «Mar» > força > poder!

Da força da sua magia os latinos retiraram o étimo pot-, do poder. Mesmo quando velhos deuses se esqueceram e aos ritos antiquíssimos se perdeu o sentido, a reminiscência do pote e da poção mágica do Soma dos xamans arianos, que continha os segredos do vigor físico, permaneceu em mitos e lendas como é o caso da demanda do santo Graal que não passa da cristianização desta remota memória cultural de que o sangue divino de Cristo do cálice consagrado seria o neologismo mítico mais adequado.

«Sumo» < Soma < Shauma < Kauma < Ki-Ama > *Kima

> «Quimo» ó «Comida»

Soma é uma bebida ritual da cultura védica e hindu. Não se sabe exactamente como esta bebida era preparada, talvez sob a forma de infusão dos caules da 'soma'. Alguns antropologos acreditam que o cogumelo Amanita Muscaria seja o soma, ou parte dele, outros afirmam que poderia conter cogumelos psilocibinicos, porem até hoje permanece um mistério. Não existe certeza quanto ao nome das espécies utilizadas na preparação do soma, devido à extinção desta expressão cultural dos antigos hindus, mas segundo Forlong (1964) e Blavatsky (1892) elas podem ser: Asclepias acida ou Sarcostoma viminales.

‘Hemos bebido soma y nos hemos vuelto inmortales;

hemos alcanzado la luz y descubierto a los dioses.

Ahora qué puede hacer la malicia de nuestros enemigos para hacernos daño.

¿Qué, oh inmortal, engaño mortal del hombre? -- Rig Vedá (8.48.3)

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Figura 6: Hebe & Hércules num casamento grego como qualquer outro!

O casamento de Hebe com Hércules manifesta a importância que as bebidas alcoólicas e espirituosas, nomeadamente a água(-)ardente, passaram a ter como poção mágica com que os homens em idade militar militares das épocas pré-históricas se dopavam mas, sobretudo, demonstra, que sobre o ponto de vista da teologia mítica, Hércules foi Enki e este um deus do fogo e da luz.

Claro que estamos no domínio da mera suposição mítica, esfera onde todo o impossível foi mais do que imaginável porque foi realmente “imaginativo fantástico”! De facto, a partir da descoberta das bebidas fermentadas a juventude passou a depender delas enquanto consideradas como “poções mágicas” a que estavam associados simbólicos poderes de força física e vigor psicológicos apanágio da juventude. Dito de outro modo, os velhos que bebiam a “poção mágica” das bebidas alcoólicas sentiam-se jovens.

Como a religião corresponde ao domínio da gestão política das relações sociais e como em política “o que parece é”, a força dos símbolos decorrentes do paralelismo entre meras aparências e ou da força associativa de furtivas contingências acaba por se tornar soberana e dogmática. Então Enki, enquanto deus da poção mágica da eterna juventude, passou a ser o/a deus/a Kebe > Hebe da juventude.

Fosse como fosse, a água(-)ardente era fabricado pelo casal divino dos deuses do fogo, Ki e Enki, mas o nome do deus masculino parece ter passado a sobrepor-se ao da deusa mãe no que respeita à autoria deste produto. Por Hefesto ser tido como quem produzia esta bebida e Atena ter tido o epíteto micénico de A-TA-NA-PO-TI-NI-JA se confirma que Atena e Hefesto foram de facto um casal divino fundador de Atenas e que o termo micénico que evolui para potnia Athenaia  andou relacionado com as bebidas alcoólica, seguramente na qualidade de copeiras do palácio, senão mesmo de responsáveis pela manufactura do hidromel, vinho, da cerveja e das primeiras bebidas destiladas ainda assunto de cozinha e não já de adega ou armazém.

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Figura 7: Atana Potinija dessedenta Hércules!

NÉCTAR

Por este mito ficamos pelo menos a saber que o Néctar dos deuses pouco mais era do que um eufemismo (Enkiter, domínio de Enki) para o vinho. Quanto ao «licor» (termo próximo de elixir) da juventude seria uma forma de aguardente de hidromel (ou um sucedâneo de medronhos como a fonética sugere[3] para o anis?

É que os dois filhos que Hebe teve de Hércules chamavam-se Alexiares (Alex + ares = elixir de do deus da guerra) e Aniceto (< Enkito,[4] rebento ou neto de Enki?), deus que terá dado nome ao licor de anis.

Na mesma conotação semântica de bebida espirituosa andou a divina Ambrósia.

Ambrosia, o manjar dos deuses do Olimpo, era um doce com divinal sabor, segundo a mitologia grega. Era tão poderoso que se um mortal a quem era vedado, a comesse, ganharia a imortalidade. Conta a história que, quando os deuses o ofereciam a algum humano, este, ao experimentá-lo, sentia uma sensação de extrema felicidade. O nome Ambrósio, que vem da mesma raiz, significa divino e imortal.

 

Ver: POTOS / SOMA

 

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Figura 8: Hebe servindo a mãe, Hera!

Figura 9: Hebe servindo seu pai, Zeus!

Na mitologia grega, Hebe é a deusa da juventude, filha legítima de Zeus & Hera. Por ter o privilégio da eterna juventude, representava a donzela consagrada aos trabalhos domésticos. Assim, cumpria no Olimpo diversas obrigações: preparava o banho de Ares, ajudava Hera a atrelar seu carro e servia néctar e ambrósia aos deuses. Um dia, quando executava essa tarefa, caiu numa posição inconveniente. Segundo uma versão, os olímpicos puseram-se a rir sem parar e a jovem, envergonhada, negou-se a continuar servindo-os. Foi substituída pelo mortal Ganímedes. Desposou Hércules quando o herói, após sua morte, foi admitido entre as divindades.

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Figura 10: Rapto de Egina por Zeus.

Dizia-se que Zeus tomou a forma de uma águia e Egina sequestrado, levando-a para uma ilha no Golfo de Salónica perto Attica chamada Enone ou Enopia, e desde então pelo nome.

Depois que Zeus raptou Egina, Asopo, não sabendo do paradeiro da filha, foi procura-la em Corinto onde reinava Sísifo que sabia o que tinha acontecido por ter visto por acaso uma águia raptar uma rapariga e leva-la para a ilha de Egina. Mas Sísifo só informou Asopo com a condição de este dar a Corinto uma fonte. Depois de Sísifo ter cometido a blasfémia de revelar os segredos íntimos do pai dos deuses Zeus ficou furioso e mandou a morte atrás dele.

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Figura 11: Suplício de Sísifo.

Assim, ele despertou a raiva do grande Zeus, que enviou o deus da Morte, Tânato, para levá-lo ao mundo subterrâneo. Porém o esperto Sísifo conseguiu enganar o enviado de Zeus. Elogiou sua beleza e pediu-lhe para deixá-lo enfeitar seu pescoço com um colar. O colar, na verdade, não passava de uma coleira, com a qual Sísifo manteve a Morte aprisionada e conseguiu driblar seu destino.

Durante um tempo não morreu mais ninguém. Sísifo soube enganar a Morte, mas arrumou novas encrencas. Desta vez com Hades, o deus dos mortos, e com Ares, o deus da guerra, que precisava dos préstimos da Morte para consumar as batalhas.

Tão logo teve conhecimento, Hades libertou Tânato e ordenou-lhe que trouxesse Sísifo imediatamente para as mansões da morte. Quando Sísifo se despediu de sua mulher, teve o cuidado de pedir secretamente que ela não enterrasse seu corpo.

Já no inferno, Sísifo reclamou com Hades da falta de respeito de sua esposa em não o enterrar. Então suplicou por mais um dia de prazo, para se vingar da mulher ingrata e cumprir os rituais fúnebres. Hades lhe concedeu o pedido. Sísifo então retomou seu corpo e fugiu com a esposa. Havia enganado a Morte pela segunda vez.

Sísifo era considerado o mais astuto dos homens por ter quase conseguido a imortalidade enganando Tánato, o deus da morte.

Outra história a respeito de Sísifo trata do ocorrido quando Autólico, o mais esperto e bem-sucedido ladrão da Grécia (que era filho de Hermes e vizinho de Sísifo), tentou roubar-lhe o gado. Autólico mudava a cor dos animais. As reses desapareciam sistematicamente sem que se encontrasse o menor sinal do ladrão, porém Sísifo começou a desconfiar de algo, pois o rebanho de Autólico aumentava à medida que o seu diminuía. Sísifo, um homem letrado (teria sido um dos primeiros gregos a dominar a escrita), teve a ideia de marcar os cascos de seus animais com sinais de modo que, à medida que a res se afastava do curral, aparecia no chão a frase “Autólico me roubou”.

Por causa de tanta astúcia o mito de Sísifo chega a ter semelhanças com o de Adapa, um dos sete sábios de Enki, que teve Hermes por equivalência na Grécia.

Siduri (Siduru, Sabatu): Name of alewife, meaning of name unknown. Goddess of brewing and of wisdom. Word "alewife", "sabitum", may also mean "woman from the land of Sabum." The Babylonian equivalent of Hebe, the goddess of divine wine, who is depicted as seated in heaven in the shade of her vineyard.

As funções desta deusa, "of brewing and of wisdom", suposta equivalente babilónica de Hebe, são as duma arcaica deusa do fogo, esposa de Enki o que levanta a possibilidade de Siduri ter sido Istar, filha e esposa deste deus da sabedoria. De facto, só assim se compreenderia o mito que refere:

Innana comes to Enki and complains at having been given too little power from his decrees. In a different text, she gets Enki drunk and he grants her more powers, arts, crafts, and attributes - a total of ninety-four me. Inanna parts company with Enki to deliver the me to her cult center at Erech. Enki recovers his wits and tries to recover the me from her, but she arrives safely in Erech with them. (Kramer & Maier 1989: pp. 38- 68)

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Figura 12: Hebe alada servindo uma libação a Zeus!

A forma alada de Hebe é de facto a variante grega de Istar, a deusa alada da caça que serviu cerveja ao próprio pai Enki até à embriagues para lhe roubar os poderes das artes e ofícios da nova sociedade urbana agropecuária já que apenas possuía as artes da caça do antigo sistema matriarcal de caça e recolha! Este mito é uma metáfora da capitulação condicional das mulheres (com partilha de alguns poderes do antigo regime) perante a ascensão do patriarcado!

Mas, por Hércules ter sido outrora o equivalente de Zeus enquanto deus dos deuses do fogo solar, como também por ter estado casado com Hebe, etimologicamente um feminino de Zeus, existe mesmo um mito que conserva uma correlação de rapto de casamento com um parédro feminino de Ganimédes.

Então o rapto de Egina / Tália por Zeus, também transformado em águia logo, faz de Ganimedes um paredro funcional de Hebe.

Dans la mythologie grecque, Thalie (en grec ancien Θάλεια / Tháleia ou Θάλια / Thália, « la Joyeuse, la Florissante », de θάλλειν / thállein, « fleurir, verdoyer ») est une nymphe. La tradition est confuse à son égard, mais elle est vraisemblablement confondue avec la Muse, la Charite ou la Néréide homonymes.

Aimée de Zeus près du fleuve Symèthe en Sicile, elle s'enfouit dans la sol par crainte de la jalousie d'Héra. Ses enfants, des jumeaux, naissent donc sous la terre: ce sont les Paliques (selon d'autres auteurs, ils passent plutôt pour les fils d'Héphaïstos).

A possibilidade da existência de uma variante do nome de Eia na forma de Kius explicaria a origem do nome da deusa da juventude, Hebe. Porém, neste caso estaremos em presença de uma das primeiras manifestações de machismo na história mítica. O licor da juventude deve ter sido de facto inventados pelas deusas do fogo enquanto manipuladoras primordiais dos alimentos vegetais tradição que se manteve no conceito de bruxas e bruxaria.

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Figura 13: Rapto de Tália por Zeus.

Claro que o xamanismo começou por ser uma forma de os homens roubarem às mulheres este ascendente cultural inicial passando a atribuir a Enki este papel e daí a tradição dum masculino de Ki, o deus Kius como deus o elixir da longa vida e da juventude. Claro que este deus Kiu(s) < U ki > O-phi, não foi outro senão o mesmo deus Cobra que a si mesmo se rejuvenescia com as mudanças anuais de pele e daí o ter sido o deus da eterna juventude.

Kiu(s)/Kur > (Mul) Kiwer > mand. Kiwel > Hebe!

E é então aqui que nos encontramos semiologicamente com a célebre e Grande Deusa Mãe, Cibele. De facto, Cibele < Kiw-el > Hebe!

 

Ver: CIBELE (***) & CABIROS (***)

 

Se Mulciber era Melkart e este era de facto Hércules então Hebe tinha todo o direito mítico de casar com ele. Mas como Hebe foi a deusa mãe Cibele esteve casada com Kivel, o deus do fogo e da luz suprema. Como este veio a ser Zeus na Grécia, Hebe esteve ainda algum tempo ao serviço do deus supremo como copeira mas, teve que acabar disfarçada no nome de Hera e acabar casada com Hércules.

Na Ibéria parece que Hércules se chamava Tubal, de que veio o nome da cidade de Setúbal.

Provavelmente o nome completo seria mesmo este:

Setúbal < Ki-Tubal < Kiut bal ou Seth Obal <= Seht.

 

EVA

The last of these special goddesses was Nin-ti, whose name means Lady of the Rib or < Nin-tu Lady of Life, the suffix -ti meaning both 'rib' and 'life' in the Sumerian language. It was she who pronounced the blessing on his rib, the last blessing that restored him fully to health. Echoes of this early story of an earthly paradise, with its motifs of punishment for eating sacred plants, ribs, and life remained in the biblical story of Genesis written millenia later. In it the "Lady of the Rib" who is said to be "the mother of all living" (Genesis 3:20b), Eve (Hebrew Chavvah, meaning 'to cause to breath', the causative form of chavah, 'to tell, to declare, to show, or to breathe').

Eve of Elda aka Ava aka Hawa. Lady of Life.

De Arabische vorm van Eva is Haiwa of Hawwas

Eva < Hawwas < Haiwa < Chawah < Kauwat < *Kiwat > Hebat!!!

                                       Elda < E®tha < Ewat < *Kiwat.

In Syrian mythology, Eve is a life-giving goddess. The creatrix of all manifested forms, the mother womb and instructress of humanity.

Eva (< Ewa < Eka < Enki + a) tem foneticamente algo de Eia (< Eua < Ewa) pelo que não se lhe podem recusar ligações com Hebe. Miticamente comeu dos frutos da árvore da sabedoria que era de Enki e foi a primeira mulher da humanidade enquanto esposa de Adão (< Adonis) que foi Adapa, filho de Enki.

De facto, a deusa da abundância dos egípcios era Diefa que não era senão a Dieva dos indo-europeus, afinal nem mais nem menos do que a deusa Eva que veio a ser nome da primeira mulher dos judeus.

Dyefa (Ayefa) (Abundância), um dos 14 kas de Ra.

                               Ki, a Deusa Mãe Terra = Senhora de todas as abundâncias

agrícolas e pastoris!=> Kaki(An)Kika = (An)*Kakiaka

Ayefa < Hayefa < *Ka-Chu-Ewa > Tha-Shefa (esposa de Reshefe)

> Dyefa > Diewa > *Ki-Ewa, a Deusa Mãe da Abundância?

Porém, o mito apócrifo de Lilith parece pôr em a sua primazia.

God then formed Lilith, the first woman, just as He had formed Adam, except that he used filth and sediment instead of pure dust. From Adam's union with this demoness, and with another like her named Naamah, Tubal Cain's sister, sprang Asmodeus and innumerable demons that still plague mankind. (...)

A deusa que deu a árvore a Inana não tem nome enquanto o nome Lilith é referido como sendo demónio feminino que a pretendia roubar. Ora, um demónio não era senão um deus inimigo e malfazejo o que no caso de Inana seria apenas uma rival, ou seja sua irmã Ereshquigal.

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Figura 14: Ereshkigal ou Lilit.

Allat ou Alilat = Pre-Islamic goddess ('the goddess') of central and northern Arabia. One of the three daughters of Allah; associated with the planet Venus in three different positions (morning, evening, and near moon). The other two are Al-Uzza and Manat.

Allat, on the other hand, had a long history of primacy in the Arabic pantheon, at least from the days of Herodotus onward. That author had averred that the "Arabs" swore oaths on Bacchus and Urania, as the only gods they had. While that may well be another of that historian's short-sighted declarations, at least he identified Dionysus as "Orotal" and Urania as "Alilat (= Allat)."

Voltando ao mito judeu ficamos a saber que demónios eram as duas pois, "another like her named Naamah, Tubal Cain's sister, sprang Asmodeus and innumerable demons that still plague mankind."

De facto, a recordação judia de Naamah só pode ser uma referência a Innana que por acaso era irmã de Tubal Cain que, como adiante se verá, era o deus do fogo e da luz do sol e da lua, Kivel (Enki) o mesmo deus que, segundo os mandeienos foi o deus da criação. Dito de outro modo, Tubal Caim poderia ser também aquele que é no mito sumério, Nanna deus da lua e irmão de Innana com que estaria seguramente casado, de acordo com as leis gramaticais dos géneros pois que, enquanto deusa do amor não teria marido certo.

Na verdade Nanna, cujo nome não resultaria de mera conveniência fonética mas por ser casado com a sua irmã Innana, ou era «aluado» e “andava na lua”, se não era o «banana» do deus Sin (<Tubal Caim < Kian > Enki), Como tudo na mitologia era resultado de conveniências ideológicas, quando não de meras querelas políticas, podemos aceitar que Nanna (< Nin An < An an, o Senhor An) foi o deus An antes de destronado por Enlil.

Na verdade a desastres desta natureza só se sobrevive com esquecimento ou pela metamorfose! Pois bem, Lilith poderia ser sem problemas de maior a "wind-spirit" na qualidade de esposa de Enlil. De facto, sendo Enllil o senhor do vento só poderia estar casado com o espírito feminino do vento.

“Lilith” is usually derived from the Babylonian-Assyrian word 'lilitu,' 'a female demon, or wind-spirit' -- one of a triad mentioned in Babylonian spells. But she appears earlier as 'Lillake' on a 2000 BC Sumerian tablet from Ur containing the tale of" Gilgamesh and the Willow Tree". There she is a demoness dwelling in the trunk of a willow tree tended by the Goddess Inanna (Anath) on the banks of the Euphrates.[5]

Ora bem, as divergências quanto à tradução do nome do demónio Lilith ou Lillake parecem-me pouco relevantes pois é possível encontrar uma ligação semântica entre os dois nomes através do étimo *ash, poder do fogo e sinónimo plausível de espírito.

Lilith < Lili at < Lili ash < Lil-aka, lit. “mãe do vento”!

Allat < Alilat < *Enlil-at, (senhora do fogo das tempestades,

deusa mãe esposa de Enlil) > Lili-at > Lilith.

De facto, é possível a mesma interpretação a partir de outras fontes.

[3.8.3] They believe in no other gods except Dionysus and the Heavenly Aphrodite; and they say that they wear their hair as Dionysus does his, cutting it round the head and shaving the temples. They call Dionysus, Orotalt; and Aphrodite, Alilat.1 - Herodotus Histories 3.83,8,3,n1. According to Movers, Orotalt is "the fire of God," ôrath êl, and Alilat the feminine of hêlêl, "morning star"; but a simpler interpretation is Alilat = the goddess.

Seria por mera embirração que os árabes chamavam à estrela da manhã Alilat em vez de Innana / Ishtar ou seria todos estes nomes se reportavam à mesma entidade mítica?

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Figura 15: Hebe (ou Vitória Nike ou a jovem Atena Potinija) servindo Dionísio num bacanal!

Lilith, para ser ''a female demon", só lhe foi necessário que Marduck destronasse Enlil e permanecesse a fama que a despeitada Innana lhe lançou. Pois bem, este mito para ter sido tão ciosamente conservado pelos judeus de forma pouco canónica deve ter tido uma importância ideológica tremenda no seu tempo. O interessante e saber-se que Lilite foi considerada pela cabala judia como a primeira mulher do bíblico Adão, sendo mesmo, em uma passagem (Patai 81: 455f), acusada de ser a serpente que levou Eva a comer o fruto proibido. Ora Eva e seguramente uma variante do nome de Hebe (e Hebat, esposa do deus manda chuva, Teshube).

De facto, podemos estar diante de mais uma prova de que Enlil subiu ao poder contra An porque não era senão uma variante tardia de Enki, que, como se sabe, por ter sido deus hermético da sabedoria gnóstica, teria que ser também um deus lunar como Phta/Toth.

Por fim, Hebe acaba por cruzar-se em encontrar-se com Eva nos delírios de Eusébio da Cesareia com inspirada premonição.

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Figura 16: Vitória Nike conduzindo Dionísio Taurocéfalos ou Touro para a festa da carne viva dos bacanais de que fala Eusébio de Cesareia no Praeparatio Evangélica, esquecendo-se de dar conta de que o sacrifício de Jesus Cristo era apenas uma nova sublimação do de Dionísio com quem os cristãos conviviam bem nos tempos da eucaristia dos ágapes.

Os Bacanais comemoram mas suas orgias o frenesim de Dionísio, mantendo seu feriado mensal com uma festa em carne viva, e, na execução da distribuição da carne das vítimas abatidas, são coroados com grinaldas de serpentes, e gritam por Eva, aquela Eva por quem o engano penetrou [e a morte seguiu no seu encalço]: a serpente consagrada, também, é o símbolo das orgias báquicas.

"Portanto, de acordo com a pronúncia exacta dos hebreus, o nome Heva, com um hagá aspirado, é ao mesmo tempo interpretado como a serpente fêmea. Deo e também Koré já se tornaram um drama místico, e Eleusis celebra à luz de tochas o errante, e o estupro, e o seu pranto.

"Eu acho, também, que devemos traçar a etimologia das "orgias "e dos "mistérios ", a umas da raiva (οργης) de Deo despertada contra Zeus, e o outros da poluição (μυσους) que ocorreu a respeito de Dionísio. Ou mesmo se você derivar isso de uma certa Myus da Attica, que morrereu na caça, como diz Apolodoro, eu não guardo rancor aos seus mistérios que têm sido glorificados em honra de um nome que está gravado na lápide de um túmulo. [6] -- Praeparatio Evangélica, Eusebius Pamphili of Caesarea, BOOK II.

Na verdade o mito de Heva, a substituta de serpente Lilita como prostituta dos deuses, seria uma variante das funções de copeira (potinijas) e cozinheiras que todas as mulheres terão tido desde as épocas mais arcaicas teria que aparecer como Hebe, a deusa que serve o vinho dos deuses, nos cultos de Dionísio.

 

Ver: ADAPA (***) & OSIRIS / DUSARES (***)

 



[1] Rectangoluação cibernética feita pelo autor!

[2] Hebe® <= Kiwr < Kiwria = terra estrangeira => Hiberia? O facto de Hebe se ter tornado esposa de Hercules deixa a suspeita de o ter sido sempre e estarmos perante uma reminicência clássica na forma duma referência críptica à deusa terra mãe Ki e seu divino esposo Pha enquanto deuses originários da Ibéria.

[3] Hidromel + anios, divinos frutos do hidromel => hidromelanios > dromeranios > medranios > medroños!

Mas, o mais provável será: Metranios < metauranios, o que mesmo assim sugere que já então seriam usados para fazer agua ardente medronheira para fins militares.

[4] Angita esposa de Angito, o anjinho que ladeia Hebe na cena do seu casamento e não seria afinal senão Eros o pequeno Kar (< Enkikia => «Endívia / Enguia») variante do nome de Aniceto.

[5] Newsgroups: alt.religion.gnostic, From: Christeos.Pir.

[6] The Bacchanals celebrate in their orgies the frenzy of Dionysus, keeping their monthly holiday with a feast on raw flesh, and, in performing the distribution of the flesh of the slaughtered victims, are crowned with their wreaths of serpents, and shout upon Eva, that Eva, through whom the deception crept in [and death followed in its train]: a consecrated serpent, too, is the symbol of the Bacchic orgies.

'Therefore, according to the exact pronunciation of the Hebrews, the name Heva, with an aspirate, is at once interpreted as the female serpent. Deo too and Kore have already become a mystic drama, and Eleusis celebrates by torchlight the wandering, and the rape, and their mourning.

'I think, too, that we ought to trace the etymology of "orgies" and "mysteries," the one from the anger (οργης) of Deo aroused against Zeus, and the other from the pollution (μυσους) which had occurred with regard to Dionysus. Or even if you derive it from a certain Myus of Attica, who perished in hunting, as Apollodorus says, I do not grudge that your mysteries have been glorified by the honour of a name which is engraved upon a tomb. -- Praeparatio Evangélica, Eusebius Pamphili of Caesarea, BOOK II

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