domingo, 9 de fevereiro de 2014

DIONÍSIO & TRIPTOLEMOS NOS MISTÉRIOS ELEUSINOS, por Artur Felisberto.

DIONÍSIO E TRIPTOLEMOS NOS MISTÉRIOS ELEUSINOS,

por Artur Felisberto.
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Figura 1: Persepata, Triptolemos, com três espigas, e Demeter.
En la mitología griega, Triptólemo (en griego antiguo Τριπτόλεμος, ‘cáscaras latentes’; a veces llamado también Búciges) era un semidios y un héroe que aprendió de Deméter las artes de la agricultura y a su vez las enseñó a los griegos. Siempre relacionado con la Deméter de los misterios eleusinos, puede ser considerado hijo del rey Céleo y la reina Metanira de Eleusis en el Ática o, según Apolodoro (Biblioteca I.v.2), hijo de Gea y Océano (otra forma de decir que era el «hombre primordial»).
Mientras buscaba a su hija Perséfone, Deméter llegó a Eleusis disfrazada como una anciana. Allí conoció a las hijas de Céleo, contándoles que se hacía llamar Doso y que era una cretense que había sido raptada por piratas, y que podía realizar cualquier tarea doméstica que le diesen. Así conoció a Metanira, quien le pidió que cuidase de su hijo Demofonte (‘matador de hombres’?), hermano de Triptólemo. Deméter se encariñó con el niño y, queriendo hacerlo inmortal, por el día lo ungía con ambrosía como si fuese un dios y por la noche lo acostaba desnudo sobre carbones al rojo vivo quitándole su carne mortal. Como Demofonte crecía más de lo normal, Praxi-tea, una mujer eleusina, vigiló a Deméter y terminó por sorprenderla mientras ponía al niño en el fuego. Entonces gritó, y el niño fue consumido por las llamas. Según otras fuentes, fue la propia Metanira quien vigilaba a Deméter y quien la sorprendió. Cuando la oyó lamentarse, Deméter quitó al niño del fuego y lo arrojó al suelo diciendo: Insensatos sois los mortales...Pues habría hecho inmortal a tu hijo y no habría envejecido en su vida, pero ahora no puede escapar en modo alguno de la muerte.
Demofonte fue recogido del suelo y sus hermanas lo lavaron y abrazaron amorosamente, pero no lograron consolarlo, pues eran sus manos menos diestras. Fue entonces cuando Deméter se reveló como tal, cambiando su estatura y aspecto, apartando su vejez, y enseñó a Céleo y a los elesinos los ritos que celebrarían en su honor.
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Deméter dio entonces a Triptólemo granos de trigo y un carro alado de una sola rueda tirado por dragones para que plantase las semillas desde el aire por toda la tierra, enseñándole de esta forma el arte de la agricultura.
A través de él, el resto de Grecia aprendió a plantar y segar cultivos. Según algunas versiones, fue así como la diosa agradeció a Triptólemo la información sobre su hija que éste le había dado.
Sabemos pela própria tradição homérica que na época arcaica o culto da Deusa Mãe estava associado a sacrifícios humanos. Suspeitamos assim que Demofonte teria sido consumido pelo fogo num sacrifício humano perpetrado pela própria mãe em honra de Deméter, a divina deusa mãe!
Por outro lado sabemos que na época Micénica a Grécia seguia a tradição oriental e minóica do sacerdócio real ainda de tipo matriarcal em que era a rainha, tal como no Egipto, quem determinava a legitimidade do poder pela via da hereditariedade matrinliniar. Deste modo podemos postular que o rei governava em nome da esposa que representava a deusa mãe das cobras cretenses *Kerta, que viria a ser na evolução linguística (e pela influência cultural do panteão olímpico) Hera dai o título real de hierofante relativo ao sumo sacerdócio a rogo de Hera, a esposa de Zeus. Os príncipes seriam então, «infantes» como na cortes dos reis ibéricos!
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Figura 1: Um carro de cobras aladas transportando um deus solar, Triptolemos, supostamente o guerreiro das três cabeças como Gerião, mas que seria lit. “o guerreiro da deusa mãe que transporta a cobra solar alada”!
Enquanto a maioria de mitos de morte e ressureição são reminiscências da época paleolítica da caça e recolecção, como o de Atis e Adónis em que, após a morte dum herói fundador num acidente de caça por vingança duma divindade cruel, uma divindade benevolente lhe concede a vida eterna divinizando-o, este é claramente um mito recente em honra e louvor da revolução agrícola neolítica assemelhando-se mais a um mito fundador, neste caso do sacerdócio masculino das festas eleusinas das colheitas. Ainda que, mesmo assim, seja patente a retórica da divinização comum aos restantes mitos, neste mito o herói sacrificado está trocado, sobretudo quando, segundo Apolodoro (Biblioteca I.v.2), Triptolemos era considerado filho de Gea e do Océano (otra forma de dizer que era o «homem primordial»).
Metanira < Me-tan-yra, lit. “mãe das cobras bravias (víboras)”,
um epíteto de *Kerta.
Praxi-tea = tea | Praxi < Phraji ó Freia / Afrodite.
As dúvidas dos mitógrafos parecem ter resultado duma lacuna mitológica em que era típica a luta cósmica entre os poderes da deusa mãe da morte (Metanira) e os deuses da vida e do amor (Praxi-tea). A vítima sacrificada num ritual de eternização falhado não é Triptolemos mas o seu irmão Demofonte.
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A grafia arcaica de Demofonte (< Δημοφόων / Dêmophóôn) é equívoca.
Phon-euô = matar, assassinar ó phanteô = o declarante.
Phanti = pres ind act 3rd pl doric enclitic do verbo phêmi
«Eufémia» < Eu- | Phemi < Kemi ó | Phan < Phan < Kian |-Teo
Assim, existe a possibilidade duma fácil confusão fonética entre –fonte e –fante, ou seja entre o nome do que assassina e do que testemunha o facto! Demofonte, tanto pode ter significado o que sacrifica a (ou é sacrificado por) Deméter / *Demofante, como ter significado o que levou à “epifania de Deméter”.
A este propósito notar a semelhança de Demofonte com o Hierofante, termo usado para designar os sacerdotes da alta hierarquia dos mistérios da Grécia e do Egipto. Na Ática era o título do supremo sacerdote dos Mistérios de Eleusinos.
O hierofante – aquele que explica os mistérios – toma a palavra e mostra à multidão, silenciosa, o símbolo do grande mistério, a espiga de trigo. Este simbolismo foi retomado por Cristo ao ensinar: "em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, ficará só, mas se morrer, produzirá muito fruto" (Jo 12, 24). E até S. Paulo faz a analogia entre o mistério do trigo e o do renascimento: "O que semeias não nasce sem antes morrer. E, quando semeias, não semeias o corpo da planta que há-de nascer, mas o simples grão, como o de trigo" (1 Cor 15, 26). -- [1]
Hierofante = hiera (=sagrado) + phanteô (= o declarante). E possível que este termo tenha começado por ser o nome genérico dos sacerdotes que secretariavam as pitonisas e videntes de todos os cultos divinatórios antigos.

«Infantes» < • (Lat. infante), s. m. soldado de infantaria; • peão; • filho de rei, mas não herdeiro da coroa;
Infant 1376, "child during earliest period of life" (sometimes extended to age 7), from L. infantem (nom. infans) "young child, babe in arms," noun use of adj. meaning "not able to speak," from in- "not" + fans, prp. of fari "speak" (…). Infanta "daughter of a king of Spain or Portugal" (1601) is from the Sp. and Port. clip_image010[1]
Infans fantis, adj. with comp. and sup. [2 in + for], that cannot speak, without speech, mute, speechless: statuae, H.: filium, cum infans esset, locutum.-- Poor of speech, not eloquent: homines: pudor, i. e. embarrassment, H.: nihil accusatore infantius: ne infantissimus existimarer, incapable of speaking.--Not able to speak, young, little, infant pueri: pupilla: puella, H.: ova, fresh, O.-- As subst m. and f a little child, infant, babe: natura movet infantem: infantibus parcere, Cs.: rusticus, Iu.: infantumque animae flentes, V.: formosissimus, O.: in utero matris, L.--Of an infant, infantine: Pectora, O.: os, O.: umbrae, of departed infants, O.--Childish, silly: illa omnia fuere infantia.
Sendo óbvio que, não sendo correcto dizer que apenas as crianças de colo fossem infantes nem, quando reais, seriam retardados e incapazes de falar até à puerícia o que se terá passado é que os príncipes seriam «infantes» enquanto não tinham eloquência bastante para falarem em nome da Deusa Mãe e, por isso não podiam assumir ser sacerdotes (*fantes) antes dos sete anos. Esta tradição cortesã perdeu-se na latinidade porque Roma começou a sua história como república mas o termo manteve-se com esta conotação nas cortes ibéricas devido à forte tradição oriental que sempre deve ter permanecido neste extremo ocidental da Europa desde os tempos minóicos o que é causa e efeito do pendor arcaizante subjacente às línguas ibéricas que frequentemente ficam à margem da vias etimológicas românicas dominantes precisamente em ralação a termos de uso comum.
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Assim, em conclusão, ficamos com a suspeita de que Demofonte recebeu este nome quando assumiu funções sacerdotais de Demofante, ou seja, quando passou a prova de fogo da iniciação sagrada e passou e dar testemunho de Dema(u)-ter / Deméter. Na verdade, outro Demofonte parece ter sido um lendário rei sacerdote de Atenas.
Demofonte foi um rei de Atenas, filho de Teseu. Na peça de teatro de Euripides, Heracleidae, Demopontes concedeu refúgio em Atenas aos filhos de Heracles que andavam fugidos de Euristeus. Como Euristeus se preparou para o atacar, um oráculo revelou a Demofon que ele só ganharia se uma virgem nobre fosse sacrificada a Persefone. Macaria ofereceu-se para o sacrifício e uma fonte foi nomeada Macariana (em honra da Virgem de Macarena?).
Demofonte terá assim sacrificado uma virgem à rainha dos mortos e, ao mesmo tempo que dava testemunho da Dama Mãe (Deméter) sacrificou e matou no altar uma a Virgem de Macarena, daí possivelmente a ambiguidade do nome Demofante / Demofonte. A possível interferência entre o mito de ambos os Demofontes pode ir até ao ponto de Macaria (ó Macariana ó) Metanira.
Macaria ó Ma-cari-ana < Ma-Ta-ur-Ana = Ma-Ta-Ana-Ur > Metanaura
> Metanira.                                                     = Ma-Na-Taur > Minotauro.
Estamos assim no antro mais arcaico do culto da Deusa Mãe das cobras cretenses a que se sacrificavam virgens em tempos difíceis e touros em tempo normal. Um dos epítetos de Dionísio, presente também e a justo título de deus menino de Deméter nas festas desta deusa, era Taurometôpos e Lamp(i)ter, lit. “o que trás (= ter < pher) os «lampiões».
«Lâmpada» < Lat. lampada < Gr. lampás, facho, archote > «lampião»
ó lamparina ó lampo > lampeiro.
Lampter (Lamp(i)têr < Uran-Piter = pai do céu claro), i.e. the shining or torch-bearer, a surname of Dionysus, under which he was worshipped at Pellene in Achaia, where a festival called lamptêria was celebrated in his honour. (Paus. vii. 27. § 2.)
[2] As you go towards what is called the Alpium is a temple of Athena Ophthalmitis (Goddess of the Eye). Pausanias, Description of Greece 3.18.1
Atena | Ophthalmitis < Ophi-tar-Maat-is = *Tar-Ophi-Maat-ish
       Tauro-| met-ôpos < Ma-at-Oph-ish ó *Tar-Ophi-Maat-ish.
Lampter < Lam-pi-ter = ter-Ophi- lem = *Tyr-Ophi-Lem
Tyr-Ophi-Lem + *Ophit-ema => Tyr-Ophi-te-Lem => *Tri(o)p(h)tolemino.
*Triptolemino seria então virtualmente um nome de Dionísio enquanto touro sacrificial das festas pascais helénicas de acordo com uma terminologia mítica arcaica que teria dado origem ao nome de Atena Oftalmites.
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Les quatre figures qui sont reproduites sur nos planches XLVIII et LIX décorent les deux faces d'une amphore bachique à peinturesnoires qui, de la collection de M. le vicomte Beugnot, a passé danscelle de M. Vivenel, aujourd'hui au Musée de Compiègne.
Nous voyons ici d'un côté Triptolème assis sur un char (pl. XLVIII), de l'autre Dionysus également placé sur un char (pl. XLIX). A celui de Triptolème, on n'aperçoit ni des ailes, ni des serpents comme dans la plupart des scènes à figures rouges. Le char de Dionysus est au contraire garni d'ailes.
Triptolème est barbu; il a la tête ceinte d'une couronne de lierre ou plutôt de myrte. Sa tunique talaire, parsemée d'étoiles, est recouverte d'un manteau. Dans ses deux mains, le héros tient des épis. Devant le char est Hermès debout qui se retourne vers le fils de Céléus et tient son caducée renversé dans la main gauche. Le dieu est barbu, coiffé du casque (cunh), revêtu d'une tunique courte et d'une chlamyde et chaussé d'endromides. -- Élite des monuments céramographiques: matériaux pour l'histoire des religions et des moeurs de l'antiquité (Band 3), Charles Lenormant & Jean Joseph Antoine Marie de Witte.
A maioria de vasos gregos sobre Triptolemos é de “figuras vermelhas” onde o semideus protegido de Deméter aparece como um jovem imberbe e não se entenderia que excepcionalmente aparecesse velho e barbudo e logo precisamente no contexto de um mesmo vaso báquico.
It is, therefore, to Attic art that we naturally turn for further light on the wheeled seat of Tripto-lemos. Vase-illustrations of the sixth century differ in some respects from those of the fifth, and again from those of the fourth. Sixth century vases, of which some seven are known, show Triptolemos as a bearded man holding a bunch of corn and sitting on a wheeled seat. The seat is a more or less simple affair, and is arranged in profile towards the right. (...) Passing from the sixth century to the fifth, or at least from black-figured to red-figured vases, we find Triptolemos invariably depicted as a beardless youth, not a bearded man. His seat is always winged and sometimes, especially on the later1 vases, furnished with snakes. In the great majority of cases the scene represented is that of Triptolemos starting on his long journey. -- Arthur B. Cook (1914).
Obviamente que o mais provável é estarmos em presença de duas representações da mesma procissão em honra do “deus menino” Dionísio realizada em conjunto com as festas a Deméter, provavelmente no festival de Haloa, em honra de Deméter, Korê, Dionísio e Poseidon Pater de que resta pouca informação ou mesmo como meros acompanhantes das procissões eleusinas nas forma da procissão do regresso de Hefesto conseguido por Dionísio depois de ter conseguido embebedar o ferreiros e ourives imprescindível deus.
La procesión comenzaba en el Cerámico (el cementerio ateniense) el 19 de boedromion y la gente caminaba hasta Eleusis siguiendo la llamada «Vía Sagrada», balanceando ramas llamadas bakchoi por el camino. En un determinado punto de éste, gritaban obscenidades en conmemoración de Yambe (o Baubo, aparecía una vieja que —contando chistes impúdicos— había hecho sonreír a Deméter cuando ésta lloraba la pérdida de su hija. La procesión también gritaba «¡Iakch' o Iakche!», refiriéndose a Yaco, posiblemente un epíteto de Dioniso, o una deidad independiente, hijo de Perséfone o Deméter.
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Nous avons vu sur la planche précédente Triptolème et Dionysus réunis. Ici les mêmes personnages sont représentés sur les deux faces d'une petite amphore bachique également à peintures noires. Cette peinture est inédite. Les deux personnages sont barbus et vêtus l'un comme l'autre de tuniques talaires et par-dessus d'un manteau brodé. Triptolème tient le sceptre et un bouquet d'épis. Dionysus est couronné de pampres et porte pour attributs le canthare et des branches de lierre. Les chars sur lesquels sont placés ces deux personnages sont à peu près semblables, si ce n'est qu'à l'un, celui de Triptolème, on remarque un col de cygne.
De facto, o mito do regresso de Hefesto ao Olimpo tem muitas semelhanças simbólicas com o do regresso de Deméter. Dos mistérios gregos muito pouco foi revelado mas ainda assim sabemos que Hefesto estava associado de alguma maneira aos mistérios arcaicos pré-gregos dos Cabiros, também conhecidos como Hephaistoi, "os homens-de-Hefesto", em Lemnos.
Obviamente que o mito de Triptolemos anda mal contado pelos gregos e deve repostar-se a uma mitologia muito mais arcaica que remonta aos primórdios do neolítico e à mitologia semi lendária dos Apakallu da suméria, os Oanes ou Anedotes.

Ver: DAGON & OANES (***)

O eco destes mitos na Grécia passa por mitologias várias (Prometeu, Deucalião, Triptolemos & Dédalo) umas mais originais do que outras e algumas possivelmente pré gregas enquanto outras são seguramente importadas da Fenícia ou da Anatólia. Prometeu é seguramente um avatar de Hermes e ambos então evoluções de Enki, o deus dos mês das artes e por isso dos ferreiros e artesãos também. Hefesto, enquanto deus do fogo, é um avatar de Prometeu / Hermes e sobretudo deus dos ferreiros cuja mitologia terá andado misturada com a de todos os heróis semi lendários a quem foi atribuída a invenção de alguma tecnologia das diversas idades do neolítico e o culto destas entidades civilizadores deve ter feito parte dos mistérios elêusicos.
A prova-lo está o facto de a sua genealogia ser muito incerta e poder remontar aos primórdios da criação sendo filho do Oceano e de Gea ou seja, um dos apkallu filhos de Enki.
TRIPTO′LEMUS (Triptolemos), a son of Celeus and Metaneira or Polymnia, or according to others, a son of king Eleusis by Cothonea (or Cyntinea or Hyona, Serv. ad Virg. Georg. i. 19 ; Schol. ad Stat. Theb. ii. 382.) Others again describe him as a son of Oceanus and Gaea, as a younger brother or relation of Celeus, as a son of Trochilus by an Eleusinian woman, as a son of Rharus by a daughter of Amphictyon, or lastly, as a son of Dysaules. (Hygin. Fab. 147; Apollod. i. 5. § 2, Paus. i. 14. § 2; Hom Hymn. in Cer. 153.) Triptolemus was the favourite of Demeter, and the inventor of the plough and agriculture, and of civilisation, which is the result of it. He was the great hero in the Eleusinian mysteries. -- Theoi Project.
Na verdade, os mitos gregos estão cheios de incongruências e de anacronismo flagrantes. Como poderia ser Triptolemos o inventor da charrua se foi filho de Trochilos, um inventor de algo muito posterior que foi a cadeira de rodas?
Então, *Triptolemino pode ter sido lembrado na ilha de Lemos onde o culto dos ferreiros, herdado dos telquines cretenses, era particularmente importante e onde por isso o nome de *Triptolemino pode ter evoluído para Triptotemos onde pode ter andado confundido com Hefesto.
Em qualquer dos casos parece que existiu alguma confusão na iconografia dos vasos gregos relativa a um Triptolemos barbudo que seria mais próxima dos cultos de Dionísio e de Hefesto através da figura intermédia de Trochilos.
Obviamente que será difícil ter conhecimento absoluto da verdade a este respeito por estarmos a referir-nos aos inefáveis mistérios elêusicos cujos segredos eram protegidos com a pena de morte. O mais provável então é que nos mistérios de Elusis fossem honrados todos estes ecos distantes dos mentores da civilização neolítica e que os vasos arcaicos a figuras negras se referissem sobretudo à recente invenção do carro de rodas de ferro e em particular à cadeira ou trono de rodas atribuída a Trochilos, depois adaptada a carro de cobras aladas de Deméter e por fim a trono carro de rodas de Triptolemos que por isso acabou impropriamente por ser considerado filho do seu inventor...o que só prova que no universo do secretismo acrítico as asneiras tendem a acumular-se como o pó nos móveis.
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Le tableau composé de trois figures, reproduit sur la planche LXV, est tracé sur une amphore tyrrhénienne à figures noires, autrefois de la collection Durand. On y voit Triptolème ou Trochilus barbu assis sur un char et tenant trois épis. La partie inférieure de son corps est couverte d'un manteau brodé. Ici ne paraissent ni les ailes ni les dragons. De chaque côté du char est un homme barbu et drapé, armé d'un bâton. Ces deux personnages semblent écouter avec attention les préceptes du héros qui vient leur apporter les bienfaits de la vie civilisée. -- Élite des monuments céramographiques: matériaux pour l'histoire des religions et des moeurs de l'antiquité (Band 3), Charles Lenormant & Jean Joseph Antoine Marie de Witte.
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Figura 2: Aquiles fazendo uma espera valada atrás dum fontanário troiano ao jovem Troilos. (Desenho adaptado da obra Etruskische und Kampanische Vasenbilder des Königlichen Museums zu Berlin de Friedrich Wilhelm Eduard Gerhard)
Então, desta vez é possível que os autores da obra “Élite des monuments céramographiques“ tenham razão e seja mesmo Trochilos que é representado em alguns vasos relativos aos cortejos dos mistérios elêusicos mas não por causa da invenção da agricultura mas de algo mais recente da época hitita do ferro como é o carro.
Na mitologia grega, Trochilus (Τρόχιλος) era filho de Caliteia (equiparada com Io "Calitessa" no seu papel de sacerdotisa do Hera Argiva). Algumas tradições acreditam que ele ou a sua mãe inventaram o carro. Tertuliano informa que Trochilus (se é que foi ele, e não Erictonius, quem inventou o carro) disse ter dedicado sua criação a Hera. Higino e escoliasta de Aratus relatam que a constelação de Auriga foi tida por alguns como a imagem estelar de Trochilus com a qual ele foi homenageado por sua invenção.
Pausanias escreveu que Trochilus era um sacerdote de Deméter e que ele teve que fugir de Argos por causa da repressão de Agenor e estabeleceu-se na Ática, onde se casou com uma mulher de Eleusis e tornou-se pai de Triptolemos e Eubuleus.[2]
O estranho é que a fonética de Trochilos se aparenta com a do troiano Troilos parecendo uma mistura fonética deste com a do seus cobarde assassino, Aquiles.
Trochilus < Taur-Achilu(s), lit. homem de Tróia > Troi-lu(s).
Seja como for, parece que os clássicos confundiam muitas coisas da lenda e da mitologia como Hera Argiva com Deméter e confundiriam também Trochilus troiano como sendo de Argos quiçá por parecer um mito tão arcaico e fundador como o de Prometeu e outros de origem egeia e cretense.
Na figura seguinte, os autores da obra “Élite des monuments céramographiques“ já não se atrevem a descrever o nome das figuras que cercam o suposto Triptolemos barbudo.
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La pl. LXVII montre Triptolème assis sur son char, suspendu dans les airs et entouré de quatre personnages, deux hommes et deux femmes. Le char est des plus simples. Quant au héros, il est représenté barbu, vêtu d'une tunique courte et étroite; de la main gauche il tient un bouquet d'épis; il détourne la tête vers la gauche, comme si son attention était fortement appelée de ce côté.
(...) Le vase sur lequel sont tracés ces deux" peintures est une amphore bachique à figures noires, autrefois de la collection Fontana, à Trieste. -- Élite des monuments céramographiques:
matériaux pour l'histoire des religions et des moeurs de l'antiquité (Band 3), Charles Lenormant & Jean Joseph Antoine Marie de Witte.
No entanto esta figura pode ser uma variante da anterior e reportar-se a Trochilos filho de Calisteia e pai de Triptolemos que neste caso seria um dos jovens que o reverenciam. No vaso seguinte da mesma obra “Élite des monuments céramographiques“ vamos encontrar as mesmas dúvidas e indefinições.
La peinture reproduite sur la pl. LXVIII est tirée d'un des ouvragesde M. Éd. Gerhard. Cette composition est tracée sur une amphore bachique à figures noires, de la collection Feoli, à Rome.
Au centre paraît Triptolème barbu, assis dans son char. Le héros est vêtu d'une tunique talaire et d'un ample manteau brodé. D'une main il tient des épis, de l'autre le sceptre. Quatre personnages, deux hommes et deux femmes, entourent le char. A droite on voit un homme assis sur un ocladias; il est enveloppé dans son manteau, et au sceptre qu'il porte on reconnaît sa dignité royale. Nous avons donné à ce personnage le nom d´Arcas.
La femme placée devant le roi, et qui est vêtue d'une tunique talaire et d'un péplus, serait Callisto, la mère d'Arcas, qui se confond avec Artémis, surnommée Callisté. L'homme barbu, drapé et chaussé de bottines, serait le héros Adristas, l'habile tisserand qui apprit aux peuples de l'Arcadie l'art de filer la laine et d'en tisser des vêtements.
M. Gerhard préfère voir Dionysus-Hades dans le personnage assis, Hermès dans l'homme debout, et dans les deux femmes les Grandes Déesses, Déméter et Coré. -- Élite des monuments céramographiques: matériaux pour l'histoire des religions et des moeurs de l'antiquité (Band 3), Charles Lenormant & Jean Joseph Antoine Marie de Witte.
Inegavelmente também M. Gerhard se recusou a ver na personagem barbuda central do vaso seguinte o jovem Triptolemos. Gerard optou por ver neste quadro uma representação de Dioníso / Hades e quem sabe se não será de facto esta a entidade que devemos encontrar nas figuras barbudas dos vasos relativos a mistérios elêusicos?
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Figura 3: Pintura de vaso grego da obra “Antiques du cabinet du comte de Pourtalès-Gorgier” de Theodor Panofka. Este autor descreve a cena de forma demasiado livre já que o vaso não oferece referências escritas que identifiquem todas as figuras. Obviamente que Dionísio e Hefesto não oferecem dúvidas de identidade. Quanto à figura com a cornucópia Panofka, depois de por a hipótese de ser Pluto salta para a de poder ser Hércules por ser a cornucópia o corno que este herói arrancou a Aquelôo o que parece ser puro delírio de sapiência por abuso de associação de ideias mitológicas. Nem Hércules costuma se representado tão jovem nem apartado da sua moca ou da sua aljava de setas. Quiçá por estas mesmas objecções acaba por preferir identificar a figura da cornucópia com Apolo Carneio, o cornudo, pela única razão de ser um efebo. Ora, numa cena nocturna à luz de tochas, um deus com uma exuberante cornucópia só pode ser o rei dos infernos que por ser jovem terá que ser Pluto. De facto, Pluto, ainda que identificado com Hades tinha uma personalidade mais positiva, suave e portadora de fartura e bem-estar e era normalmente mais novo até porque segundo a Teogonia seria filho de Deméter, ou seja, de facto um deus menino como Dionísio.
O resto da cena pode perfeitamente passar-se na forja de Hefesto, localizada nos infernos de um vulcão, onde o deus convivia com Pluto e onde a comitiva de Dionísio abancou em festim até embebedar Hefesto.
Para os gregos antigos, a ilha era sagrado para Hefesto, deus da metalurgia, que, como ele diz a si mesmo na Ilíada que caiu sobre Lemos quando Zeus arremessou-o de cabeça para fora do Olimpo. Lá, ele foi cuidado pelos Sinties, de acordo com a Ilíada ou por Tetis (Apolodoro, Bibliotheke I: 3,5), e ali, com uma ninfa trácia Cabiro (a filha de Proteus), ele foi pai de uma tribo chamada Kaberoi. Ritos iniciáticos Sagradas dedicados a eles foram realizados na ilha.
A Forja Hefesto, que foi localizado em Lemos, bem como o nome Etaleia (> Itália) , por vezes aplicado a ele, aponta para o seu carácter vulcânica. Diz-se que o fogo de vez em quando resplandeceu de Mosychlos, uma de suas montanhas. O geógrafo antigo Pausanias relata que uma pequena ilha chamada Crise, na costa Lemniana, foi engolida pelo mar. Wikipédia.[3]
No entanto, a presença nesta cena de um Erote e do cisne de Afrodite não oferece dúvidas de que estamos em casa de Afrodite o que faz pensar que uma das figuras femininas será ela, a divina esposa do deus das forjas que nunca altura solene como esta estaria ali para receber Ariadne e fazer as honras da casa. Deméter e Core só estariam presentes por analogia porque afinal Hefesto tinha os seus mistérios próprios em Lemos e se Ariadne era confundida com Vénus libitina é bem possível que Afrodite tenha sido também Corê na variante da descida de Istar aos infernos.
De facto, Hades enquanto Pluto é funcionalmente o deus menino Dionísio e Hades um deus que sendo dos mortos também morreu. Etimologicamente já se deu conta a propósito do mito de Hades que este deve ter sido uma evolução fonética do filho virtual de Enki *Hatish = Attis > Hades = Kakisho, filho do mais arcaico do deus do fogo Caco, variante helénica do deus Adad dos exércitos Assírios e assim também um deus do fogo como Hefesto razão que explica a forte afinidade que os mistérios gregos encontraram entre este último e Dionísio.
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O que se pretendeu com esta divagação em torno dos equívocos identificativos de figuras de vasos gregos, não apenas na obre “Élite des monuments céramographiques“ como em todas as outras, é precisamente o de realçar a complexidade da mitologia grega que se torna equívoca sobretudo quando não está devidamente legendada como era comum nos vasos gregos precisamente porque já à época era difícil identificar as entidades representadas por causa desta mesma complexa e confusa mitologia, seguramente resultante das particularidades da geografia helénica e da falta de registos sistemáticos nos longos anos das trevas gregas que se seguiram ao fim da civilização micénica.
Por outro lado, esta divagação repousa também numa certa teimosia classificativa decorrente da pressuposição de que Triptolemos seria sempre um jovem, facto que só agora se compreende: esta entidade seria cultivada nos mistérios de Eleusis se não apenas sobretudo também como filho de uma figura mais obscura que foi Trochilus suposto ser seu pai e inventor dos carros alegóricos usados nestes mistérios.
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Que a invenção destes carros era algo importante já nestes tempo tanto nos cortejos das procissões de mistérios como nos cortejos de triunfos militares não parece ter dívidas. O interessante é verificar-se que esta tradição dos carros dos cortejos báquicos continuou nos carros alegóricos dos cortejos modernos de todo o tipo que são também quase todos miméticos dos corsos canavalescos.
Por outro lado, as raras vezes em que Hefesto aparece em carro de rodas não deixa dúvidas de identidade ao transportar o seu machado duplo cretense.
Quer dizer, não deixa a quem não tem querelas a ajustar com nenhum académico porque até nestes meios há quem só veja o que quer ver!
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Figura 4: Regresso de Hefesto em cortejo báquico.
A propos of this resemblance between Triptolemos and Dionysos we must here notice a red-figured kylix from Vulci, now at Berlin (*). Dionysos is again seen sitting on a winged and wheeled seat.
(*)The inscription according to Furtwangler, reads KEFITOSKA • OS, i.e. perhaps Kefi(s)los/Ka[l]0s, not — as had been previously supposed —-Hfaistos Kalos. The god with a double axe on a mule escorted by a Satyr and two Maenads in Laborde Vases Lamberg i pi. 43 (= Inghirami Vas. fitt. iii pi. 263) is probably Hephaistos rather than Dionysos, cp. Tischbein Hamilton Vases iv pi. 38 (= Inghirami op. cit. iii pi. 265, Lenormant — de Witte op. cit. i pi. 43). -- Arthur B. Cook (1914).
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Figura 5 & Figura 6: Hefesto por ser ferreiro mas coxo e aleijadinho deve ter inventado para uso próprio a cadeira de rodas e aparecido com ela nos cortejos de sua mãe Hera / Demeter. Terá sido tal o sucesso deste invento que acabou adoptada por Deméter como seu carro de cobras aladas, símbolo da agricultura, e depois pelo jovem Triplolemos, por seu velho pai (a quem Hefesto deu a patente) e por Dionísio.
Figura 7: Perséfona alimentado as cobras aladas do carro de sua mãe Deméter?
A proposta de leitura de Furtwangler, apoiada por Arthur B. Cook, tem algo de enviesado, para não dizer disparatado. O que lá está escrito não é uma coisa nem outra mas um mero e bem patente erro ortográfico. Os lapsus calami seriam tão comuns entre os ceramistas de antanho como ainda o são entre os semianalfabetos artistas da cerâmica tradicional. De Kalos não há dúvidas. Da outra parte da inscrição o «K» está ao contrário ou seja, o que o ceramista escreveu é ʞ N E F I ...T O S. O que se pretenderia escrever só pode ser inferido por aquilo que parece. Assumindo claramente que existe nesta inscrição tanto de lapsus calami como de erro ortográfico grosseiro temos que dar razão à leitura feita pelo senso comum dos que sabem um pouco de cultura clássica que o que está realmente escrito seria aproximadamente KNFEI(S)TOS porque o espaço para o Sigma está lá, perto do machado duplo. Mas...quem pode ter a certeza do que está por detrás de um erro ortográfico isolado de qualquer contexto escrito? Será que o E seria um S, completamente fora do lugar e, então, o que o ceramista quis escrever foi Kef(a)istos, que assim seria uma variante popular arcaica de Hefesto? Como quem não tem cão caça com gato temos que nos socorrer do contexto pictográfico que, neste caso, se não se trata de Hefesto andamos todos muto bem enganados porque para ser Triptolemos tem as barbas, o vaso de vinho e o machado duplo a mais e para ser Dionísio tem o machado duplo a mais e o Tirso e as parreiras a menos. Ora, para ser Hefesto não lhe falta nada e há outras representações deste deus dos ferreiros e engenheiros sentado num carro alado.

Ver: CERES E OS CULTOS AGRÁRIOS DA COBRA (***)

Afinal este deus vulcânico teria a contrapartida fenícia e canaanita no deus dos hebreus, Jeová < Xeuwat ó Teshub ó Jove / Jú-piter.
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I note that Gaza was a port city like Byblos which may have been under the influence of Phoenician seamen and traders and thus possessing a temple to this god. Phoenician/Canaanite myths at 13th century B.C. sea port of Ugarit state that Yaw was a god of the Sea and some Phoenician kings at Byblos bore Yahweh appearing names, like for instance Yehaw-melek "Yahweh is king" of the 5th century B.C.
I understand that The Hebrew Yaw or Yahweh, is, in part, an aspect of the Phoenician god of the Sea, Yaw Yehaw Yeou.
Ezekiel's Cherubim and Ancient Near Eastern Exemplars (9th-6th centuries B.C.) Walter Reinhold Warttig Mattfeld y de la Torre, M.A. Ed.
Now a bearded god enthroned with an eagle on his hand is a common art-type of Zeus. And it will be remembered that in 168 B.C. Antiochus iv Epiphanes transformed the temple at Jerusalem into a temple of Zeus Olympios and the temple on Mount Gerizim into a temple of Zeus Xenios or Hellenios. Further, the winged wheel is, as we have seen, solar in its origin. It follows that the coin represents Jehovah under the guise of a solar Zeus. -- Arthur B. Cook (1914)
Triptolemos seria assim uma variante de Dionísio Lamp(i)ter na forma virtual de *Triptolemino.
Sendo difícil entender um termo arcaico que parecia apelar para um deus de três olhos o termo acabou como Triptolemos, já na conotação de «triplo guerreiro». No entanto este epíteto deveria fazer parte duma ladainha arcaica relativa a Dionísio, irmão gémeo de Atena Korê, outrora fazendo parte dos mesmos mistérios dos deuses de morte e ressurreição solar!
Dionísio Lamp(i)ter aparece muitas vezes em vez de Triptolemos e quase sempre ao lado de Hefesto em cortejos eleusinos!
De facto, sendo como se disse, o mito de Triptólemos (= triplo guerreiro??? Como e a que propósito?) mais um “mitos fundador” do que um “mito pascal” não deixa de ser interessante que se reporte ainda à lenda fundadora ao referir que este herói, que seria tão real «infante» quanto seu irmão, nasceu com o nome próprio de Búciges (< buz-yges < buzô = intensivo + hugeios = saúde), “o de saúde intensiva”! Pela semântica no nome de nascimento de Triptólemo, “de saúde intensiva (como a dum touro)”, parece inferir-se que sofreu o mesmo tratamento que Deméter utilizou com o irmão!
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Figura 8: Esta cadeira de rodas do cortejo de Triptolemos também não tem as típicas asas de cisne e, por ser barbudo, tem aspecto de ser a de Hefesto[4] mas pode, como vimos antes, ser uma representação de seu pai Trochilus que com três espigas e uma tocha mantêm a tradição de Triptolemos.
No Hino homérico arcaico para Demeter, Triptolemus foi brevemente mencionado como um dos sacerdotes originais de Demeter, um dos primeiros homens a aprender os rito secretos dos Mistérios de Eleusis; Diocles, Eumolpos, Celeus e Polyxeinus eram os outros mencionados entre os primeiros padres.[5]
Suspeitando-se assim que o nome de Triptólemos se reportaria a um mito fundador sacerdotal devemos analisar outros nomes idênticos da mitologia grega como Neoptolemos e Ptolomeu.

NEOPTOLEMOS
De facto, um nome próximo de Triptolemos é Neoptolemos que vamos encontrar na lenda, mais mítica que histórica, da “guerra de Tróia”.
Neoptólemo, também conhecido por Pirro, na mitologia grega, era filho de Aquiles e Deidamia. Tetis, mãe de Aquiles não desejava que seu filho fosse lutar na Guerra de Tróia, temendo sua morte. Então disfarçou Aquiles de mulher na corte de Licomedes, o rei de Esciro. Durante o tempo em que Aquiles se manteve lá, teve um caso amoroso a princesa Deidamia, que gerou Neoptólemo. (…)
En reconocimiento a su valor, además de muchos tesoros, le fueron entregados, la propia Andrómaca( quien antaño había sido la mujer de Héctor) y Heleno en calidad de esclavos. Neoptólemo no regresó a Esciro, sino que se instaló en Ftia junto a su abuelo Peleo. Pronto se casó con Hermíone, hija de Menelao y de Helena de Troya, reyes de Esparta. Peo no llegó a tener hijos con ella, pero sí uno con Andromaca al que llamó Moloso.
Like his father Achilles, a barbaric warrior who had only shown mercy to Priam because the gods demanded it, Neoptolemus was savage and cruel.
Se o seu pai Aquiles foi conhecido pela sua compaixão para com Príamo, já o filho foi mais conhecido pela sua crueza. Foi ele quem matou Príamo, Eurípilo, Políxena, Polites e Astíanax, entre outros, e escravizou Heleno e Andrómaca depois da guerra.
Although Neoptolemus is often depicted as being cruel and savage, the play 'Philoctetes' by Sophocles shows him being a much kinder man, who honours his promises and shows remorse when he is made to trick Philoctetes.
Outras Lendas dizem simplesmente que Neoptólemo ficou com Deidamia até o fim da guerra, depois, Tétis veio buscar seu neto.
A má fama de Neoptólemo pode assim ter sido meramente inventada por puro equívoco do seu nome. Quanto muito este seria um rei sacerdote de funções sacrificiais sugeridas no mito humérico e que vamos de seguida tentar esclarecer.
Artemisa castigó a Agamenón tras haber matado éste un ciervo sagrado en una arboleda sagrada y alardear de ser mejor cazador. En su camino a Troya para participar en la Guerra de Troya, los barcos de Agamenón quedaron de repente inmóviles al detener Artemisa el viento en Áulide. Un adivino llamado Calcas reveló un oráculo según el cual la única forma de apaciguar a Artemisa era sacrificar a Ifigenia, hija de Agamenón. Según algunas versiones, éste así lo hizo, pero la mayoría afirma que Artemisa la sustituyó en el último momento por una corza o una cierva y la transportó al Tauro en Crimea, donde la convirtió en su sacerdotisa y tenía la misión de sacrificar a los extranjeros como ofrendas a la diosa.
Según la historia homérica Orestes estaba ausente de Micenas cuando su padre volvió de la Guerra de Troya y fue asesinado por el amante de su esposa, Egisto. Ocho años después Orestes volvió de Atenas y vengó la muerte de su padre asesinando al amante de su madre. Según Píndaro, Orestes fue salvado por su niñera Arsínoe o su hermana Electra, que le sacó del país cuando Clitemnestra quería matarle. Huyó a Fanote en el monte Parnaso, donde el rey Estrofio se hizo cargo de él.
En las Euménides de Esquilo, tras la venganza (a veces con la ayuda de Electra) Orestes enloquece y es perseguido por las Erinias (que no hacen lo mismo con Electra), cuyo deber es castigar cualquier violación de los lazos de piedad familiar. Orestes se refugia en el templo de Delfos, pero, a pesar de que Apolo le había ordenado llevar a cabo su venganza, no es capaz de proteger a Orestes de sus consecuencias. Finalmente, Atenea le recibe en la acrópolis de Atenas y organiza un juicio formal del caso ante el Areópago, un tribunal formado por doce jueces áticos. Las Erinias exigen su víctima, Orestes alega las órdenes de Apolo, los votos de los jueces quedan divididos equitativamente y Atenea le declara inocente con su voto decisivo. Las Erinias son apaciguadas con un nuevo ritual en el que son adoradas como Euménides y Orestes dedica un altar a Atenea Areia.
Con Esquilo el castigo termina aquí, pero, según Eurípides, para poder escapar de la persecución de las Erinias, Apolo ordenó a Orestes ir a Tauro (actual Crimea), apoderarse de la estatua de Artemisa Tauropola que había caído del cielo y llevarla a Atenas. Orestes marchó a Tauro con Pílades y ambos fueron encarcelados por los habitantes de la región, los tauri, que tenían la costumbre de sacrificar todos los extraños a Artemisa. La sacerdotisa de Artemisa encargada de realizar el sacrificio era su hermana Ifigenia, quien ofreció liberar a Orestes (sin saber que era su hermano) si éste llevaba consigo una carta hasta Grecia. Orestes rehusó hacerlo, pero ofreció a Pílades llevar la carta mientras él se quedaba para ser sacrificado. Tras un conflicto de mutuo afecto, Pílades terminó por acceder, pero la carta hizo que Orestes e Ifigenia se reconocieran y los tres escaparon juntos llevando con ellos la imagen de Artemisa. Tras su retorno a Grecia, Orestes tomó posesión del reino de su padre, Micenas (matando al hijo de Egisto, Aletes), y anexó Argos y Laconia.
Hermíone en un principio había sido prometida a Orestes, hijo de Agamenón, pero cuando su hermana Electra le escondió de Egisto y Clitemnestra, usurpadores del trono, muchos le creyeron muerto. Entre ellos estaba su tío Menelao, quien por esa razón casó a Hermíone con Neoptólemo, sin llegar Orestes a saberlo. Como habíamos dicho, Neoptólemo no conseguía tener hijos con Hermóone por lo que, preocupado, se dirigió al oráculo de Delfos para pedir consejo. En ese lugar se encontró con Orestes, quien al saber que había desposado a Hermíone, se sintió ultrajado y lo asesinó. Eurípides narra esos eventos en su tragedia Andrómaca. Neoptólemo fue enterrado dentro del recinto sacro, y cada ocho años eran celebrados festivales en su honor.
Two accounts deal with Neoptolemus' death. He was either killed after he attempted to take Hermione from Orestes as her father Menelaus promised, or after he denounced Apollo, the murderer of his father. In the first case, he was killed by Orestes. In the second, revenge was taken by the Delphian priests of Apollo.
Hermione tornou-se então esposa de Orestes (a quem já havia sido prometida), que era seu primo e simultaneamente o assassino de Neoptólemo.
Parece assim inferir-se que Neoptolemos teria sido assassinado pelos sacerdotes de Apolo, deus de quem Orestes era protegido. No entanto, se Apolo tinha sido responsável pela morte de Aquiles, pai de Neoptolemos, como se entende que este fosse pedir ajuda ao orácolo de Delfos cometendo a imprudência do o fazer depois de ter denunciado Apolo pela morte do pai? Terá sido o oráculo quem revelou a Neoptolemos este facto que este terá revelado a Orestes durante o seu encontro? Estaremos perante intrigas de alcova urdidas nos claustros do templo de Delfos ou apenas perante uma história mal contada de rivalidades entre castas sacerdotais? Oreste seria um antigo sacerdote de Apolo que, desiludido com ele se teria virado primeiro para Artemisa Tauropola / Atena enquanto Neoptolemos seria sacerdote de Demeter / Dionísio.
Outro nome célebre aparentado com este foi o da última dinastia dos Ptolemeus do Egipto helenista. O nome vem do grego Ptolemaios que, supostamente quer dizer bélico mas que pode não ser bem assim.
Polem-izô < ?(metri gr.)? > ptolemizô = lutar, fazer guerra… e polémica!
Polem-izô < Poli(s) (Ep. também ptolis) + miseo (μισέω = odiar, amesquinhar).
Tri
-Pto
-lem-os

Neo
-Pto
-lem-os


-Pto
-lem-(ai)os
<?> *Ptole-miseo

Polemizo <
| Pto-le < Pto-lis | + miseo
Se ptolemizo não for mais do que uma liberdade poética (para aumentar uma sílaba ao verso do poema) que adquiriu semântica bélica por conotação com o nome do filho de Aquiles que, afinal seria mais carrasco sagrado do que aguerrido, então é também postulável que podemos estar perante um cruzamento étmico de verdadeiros homónimos, causador de choques fonéticos e graves ressonâncias étmicas permitindo a confusão do nome de Ptolomeu com a «polémica» etimologia bélica que nem mesmo o mito de Neoptolemos permite compreender! Polemizo, pode bem significar “odiar (até à submissão) a cidade (inimiga)” que foi o que os aqueus fizeram a Tróia.
Algumas lendas falam o seguinte: Durante o cerco de Tróia, passados dez anos, depois da morte de Aquiles e de Ájax e sem quaisquer sinais de vitória, os Aqueus capturaram o adivinho Troiano, Heleno, e forçaram-mo a dizer que condições poderiam levar os Aqueus (Gregos) à vitória. Heleno revelou que poderiam tomar Tróia se adquirissem as flechas venenosas de Héracles, então na posse de Filoctetes grande guerreiro que foi abandonado no inicio da guerra; se roubassem o Paládio (que levou à construção do famoso Cavalo de Tróia); e, por fim, se persuadissem o filho de Aquiles a juntar-se à guerra. Os Gregos apressaram-se a ir buscar Neoptólemo a Esciro, e trouxeram-no a Tróia. O fantasma de Aquiles apareceu aos sobreviventes da guerra, exigindo que Polixena, princesa Troiana, fosse sacrificada. Neoptólemo assim fez, sacrificando também Príamo em honra de Zeus.
Porém, Neoptolemos parece ter tido no cerco de Tróia o mero o papel de “carrasco sacerdotal”, o que nos reporta para uma época em que os sacrifícios humanos ainda eram praticados por uma casta particular se sacerdotes que bem poderiam ser os “Lemos”, lemusos no Egipto.
Não é fácil de reconstituir a genealogia da origem dos Lemos em Portugal, desde logo porque não aparece nem um para amostra nas chancelarias reais da primeira dinastia.
La historia de Monforte de Lemos se remonta al paleolítico, y sus primeros habitantes conocidos fueron los Oestrimnios; en la llamada época `castrexa´ o cultura de los castros, propia de las tribus célticas, la tribu que poblaba Monforte, era conocida como tribu de los Lemavos, y las primeras referencias escritas a ella, datan de los historiadores Romanos Plinio y Estrabón, entre los años 600 y 900 A.C. La palabra `lemos´, que da nombre también a la comarca, conocida como `Terra de Lemos´, sería una palabra céltica que significa `tierra húmeda, tierra fértil´ y parece entroncar directamente con la raíz de la palabra gallega `lama´, en español, `barro´; se cree que durante la prehistoria, Monforte, ahora valle, fue una gran laguna, y pruebas de ello se encuentran en la dura arcilla roja que se encuentra al excavar unos metros en el suelo de la ciudad. (…) Conde de Lemos es un título de nobleza español, ligado a la ciudad gallega de Monforte de Lemos.
Oestrimnios = Est-remen-hos = *remeninus (do extremo Oeste)
< *Lemnios > Lemnos
ó Lemavos (os latinos nem sempre eram bons ouvintes dos falares autóctones)
> Lemos > «leme».
Assim, os «limos e lamas» do local devem ser uma mera coincidência circunstancial que em nada contribuíram para a semântica original da toponímia e, quanto muito, contribuíram para a sua evolução fonética românica de acordo com o princípio de que quando poucos falantes reconhecem a semântica original dos nomes os novos falantes tendem a afeiçoar foneticamente os topónimos aquilo que este parecem significar no novo contexto socio-cultural. Pois bem, é quase seguro que este povo seria de origem minóica como minhotos e galegos e esta tribo teria o nome particular de *remeninus simplesmente porque seriam originários duma localidade ou actividade cultural relacionada com «remos» ou «lemes», ou seja, marinheiros da talassocracia minóica, por exemplo. Obviamente que e etimologia dos *remeninus nos reporta para *Urminus, *Kerminus e Hermes, deuses psicopompos que transportariam as almas e o sol para o extremo ocidental do mundo. Nada assim nos permite, com segurança reportar os Lemos galegos à função sacerdotal específica dos lemusos do Egipto. No entanto, o possível postular que pode ter havido uma função sacerdotal arcaica, relacionada com o culto dos mortos, denominada *remeninus ou *Lemnios, que tinha por função não apenas a de acompanhar simbolicamente a barca solar no seu percurso nocturno pelos países dos ocidentais, tornando-os virtualmente marinheiros, remadores e timoneiros, como teriam também a função mais cruel e específica de prepararem as vítimas sacrificiais que seriam abatidas para garantirem a boa viagem tanto do sol como das almas dos heróis mortos. Virtualmente, nesta casta sacerdotal teríamos no terreiro geral os Lemos, (jud. Levitas?); os Neophito-Lemos, no segundo nível de iniciação e os Triophito-Lemos, no 3º patamar chefiados pelo Herofante. O molho de espigas de cevada que recebeu em grego o nome Olaimeus não terá dado o nome a esta função sacerdotal para dela derivar, tanto mais que este nome não tem relação com nenhum dos cereais comuns do neolítico. Pelo contrário, já nome dos cereais pode ter recebido nome do *triophito, literalmente as 3 cobras sagradas de obsidiana com que a Deusa Mãe consagrava os sacrifícios humanos de prisioneiros das tribos vizinhas (estrangeiros) que lhe eram concedidos no fim da época das colheitas, ou seja, no início da época de caça e de actividade guerreira.
Grec. krithê < Tri| ket < (o)Phit | ó Kikale < Cibel > Σίκαλη ó Sitari.
Lêmma, atos, to, (lambanô[6]) = dom, graça. <= Olaimeus <= oulai  (Att. Ola), espigas de cevada com que eram salpicados as cabeça das vítimas antes do sacrifício. ó Lemusos or lemusês, Egyptian name of a kind of priest.
Trugaô < tru-geô = colher > trugê = colheita, cereal. ó «Trigo» < Lat. Triticu; Neogrec. sitari < tarish > trix > trig > trik > trit.
«Cevada» = Grec. krithê. Dêmêtrias = seis (ou três?) rolheiros de cevada. Lat. hordeu. «Centeio» = lat. sĕcāle = Grec. zea = modern. grec. Σίκαλη.
Seriam os lemusos do Egipto o que restava dessa tradição? Com o fim desta tradição, seriam estes sacerdotes apenas os que preparavam as vítimas para o sacrifício à Deusa Mãe que na Anatólia foi a grande Cibel? De qualquer forma se as espigas com que se consagravam as vítimas à deusa mãe eram Olaimeus, sendo estas um trio seriam também chamadas virtualmente *Tript-Olaimeus, nome que acabou por ser o do sacerdote que presidia ao sacrifício sangrento, e depois um epíteto de Dionísio.
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Figura 2 : Triptolemos e Deméter com o ramo de três espigas.
São muitas as representações do cortejo eleusino com a cena de Triptolemos, quase tantas como as de Dionísio. Em regra as espigas são 3 mas nem sempre. Por vezes são duas, quatro várias ou feixes de espigas.
Tripto-lemos <? krýpte -| lemma, “dentro da casca”??? ó lêmma, “dom oculto”
Try-Phto-Lemos < *Taur-| Ophitalmos < Ophita-Lemmos
<= Kur-Kako Lamashu, Lit. «Lemos / Lahmu a forma hermética de Enki/D®adon ou
Trugê(phoros) < triphit-| olaimeus = o dom da fartura de trigo»!
In conclusion, not only because in myth Triptolemos was chosen by Demeter to spread the arts of grain cultivation to the world, which elevated his divinely-created human mission, but also because of the enigmatic testimony of Socrates naming Triptolemos as fourth underworld judge and thus demigod, I suggest this latter role as the secret role known or understood only by Eleusinian initiates. Thus the linkage of Triptolemos with the grain deities rightly places Triptolemos at the center of focus as a bridge between the gods and humanity. This brief essay certainly attests to the undeniable importance of Triptolemos in Greek art. Perhaps it also conveys, as Socrates may allude, that his soteriological role may also parallel a poignantly human hope that those gifts offered by the mysteries of Demeter and Persephone may somehow have far greater afterlife meaning to Eleusinian initiates, as Cicero said (18), "to die with a better hope." -- by Patrick Hunt
O facto de *Triptoleminus ter sido considerado um juiz dos mortos deixa a suspeita de este culto ser cretense e uma variante de Dionísio.

Ver: CERES (***)



[1] Fraternidade Rosacruz de Portugal - Revista ROSACRUZ Nº 364 - Jun de 2002
[2] In Greek mythology, Trochilus (Τρόχιλος) was the son of Callithyia (equated with Io "Callithyessa" in her role of the priestess of the Argive Hera). Some traditions credited either him or his mother with invention of the chariot. Tertullian informs that Trochilus (if indeed it was him, and not Erichthonius, who invented the chariot) was said to have dedicated his creation to Hera. Hyginus and the scholiast on Aratus relate that the constellation Auriga was thought by some to be the stellar image of Trochilus with which he was honored for his invention.
Pausanias wrote that Trochilus was a priest of Demeter and that he had to flee Argos because of the crackdown of Agenor on him and settled in Attica, where he married a woman from Eleusis and became by her father of Triptolemus and Eubuleus. – Wikipedia.
[3] For ancient Greeks, the island was sacred to Hephaestus, god of metallurgy, who—as he tells himself in Iliad I.590ff—fell on Lemnos when Zeus hurled him headlong out of Olympus. There, he was cared for by the Sinties, according to Iliad or by Thetis (Apollodorus, Bibliotheke I:3.5), and there with a Thracian nymph Cabiro (a daughter of Proteus) he fathered a tribe called the Kaberoi. Sacred initiatory rites dedicated to them were performed in the island.
Hephaestus' forge, which was located on Lemnos, as well as the name Aethaleia, sometimes applied to it, points to its volcanic character. It is said that fire occasionally blazed forth from Mosychlos, one of its mountains. The ancient geographer Pausanias relates that a small island called Chryse, off the Lemnian coast, was swallowed up by the sea. All volcanic action is now extinct.
[4] Rectificação cibernética do autor.
[5] In the archaic Homeric Hymn to Demeter, Triptolemus was briefly mentioned one of the original priests of Demeter, one of the first men to learn the secret rites and mysteries of Eleusinian Mysteries: Diocles, Eumolpos, Celeus and Polyxeinus were the others mentioned of the first priests. – From Wikipedia.
[6] > lambão < de lamber? > lambareiro.

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