sábado, 28 de abril de 2018

MITOLOGIA MODERNA: DOS DIN.GIR AOS EXTRATERRESTRES, por Artur Felisberto.



Zecharia Sitchin é um dos muitos pseudo historiadores que se servem da ciência para inventarem a mitologia dos deuses como astronautas e que, por ser baseada em falsas evidências, é mera decepção e embuste.

Começa ele por confundir o determinativo sumério genérico para divindade que era Din.Gir ou Dinhir com os Anunnaki. Depois, traduzindo literalmente o nome destes deuses, alternativamente escritos como "a-nuna", "a-nuna-ke-ne, ou "a-nun-na", por "aqueles que vieram do céu" em vês de aqueles que vieram de Anu, que sendo o deus do céu era pai dos deuses que este teve com Ki, particularmente Enki e Enlil. Depois de ter cometido a insensatez de ter levado à letra o conceito de entidades que vieram do céu como seres reais e não meras entidades teológicas começa a acreditar que só poderiam ter sido astronautas extraterrestre caindo nos erros mais elementares da interpretação histórica que são: o anacronismo e aplicação errada do “princípio das causas actuais” aceitando que se “pode explicar-se o passado a partir do que se observa no presente” ignorando que este principio só é válido se cumprir escrupulosamente outro principio de que as causas semelhantes só têm consequências parecidas se, e apenas se, ambas condições de acção das causas forem também semelhantes. Ora, as condições tecnológicas actuais do auge da revolução industrial que permitem a existências de astronautas não têm qualquer semelhança com a tecnologia emergente do Neolítico que permitiu o esboço da primeira escrita e o registo das mitologias da época.

Ora, se nada existe de extraordinário em aceitar que os Anunnaki, enquanto entidades teológicas filhas do Pai do céu, são no plano mítico entidades vindas do céu, admitir que estes seriam astronautas só respeitaria o “princípio das causas actuais” ou “princípio do actualismo” se ainda hoje fosse assim, ou pelos menos se só actualmente fosse evidente que os astronautas fossem reconhecidamente extraterrestres, o que está longe de ser verdade. Pelo contrário, é a mitologia moderna dos extraterrestres que se serve da moderna tecnologia para tentar explicar com causas naturais o que no passado era pura mitologia.

Voltando aos argumentos de Zecharia Sitchin e simpatizantes verificamos:

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Another one of the enigmas of Mesopotamia is the Din.Gir. The name Din.Gir is Sumerian meaning “righteous ones of the bright pointed objects”. The Sumerians were referring to the Anunnaki, the pantheon of their gods. They used this two part symbol to designate the Anunnaki collectively. When looking at how the Sumerians wrote this symbol it is not apparent from this two dimensional drawing that it represents a three dimensional object. It’s only when you look at the solar winged disk that you see it as the three dimensional object that it is. This disk has been presented in a variety of styles from the mechanical to one much more bird like. There is another translation of Din.Gir as "The Righteous Ones of the Blazing Rockets". What is the word in Sumerian which means "Blazing rockets"? This is a Sitchin mistranslation and unfortunately has been carried over to other web sites as well. The myths of the sun god both Mesopotamian and Egyptian have the sun god traveling across the sky in a boat, the vehicle of choice. What follows is speculation on the Gir – what seems to be a capsule of sorts – that sharp pointed object.

No entanto, ao procurar na sumeriologia os sumeriogramas para Din.Gir não encontramos nada que confirme a existência de pictogramas para Din.Gir que confirmem poderem ter a leitura de “Os Justos dos Foguetes Flamejantes”!!!

O mais parecido que encontramos é dos dicionários acádicos.

Diĝir [DEITY] (1837x: ED IIIb, Old Akkadian, Lagash II, Ur III, Early Old Babylonian, Old Babylonian) wr. Di(n)ĝir; dim3-me-er; dim3-me8-er; dim3-mi-ir; di-me2-er, "deity, god, goddess" Akk. Ilu, iltu.


[1]
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diĝir (dingir)
[2]
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dim3-me-er (ES)
[3]
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dim3-me8-er (ES)
[4]
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dim3-me-ir (ES)
[5]
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di-me2-er (ES)

Como se constata, o pictograma mais parecido com um foguetão é de facto este:

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Ainda assim nada parecido com o que este autor refere como prova.

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E ainda assim transliterando-se como Dim.me.ir que ainda que algo semelhante a Din.gir dele difere muito sendo declaradamente a junção do pictograma Dim + me-ir, ou seja, um termo literariamente construído para significar divindade no vago sentido de algo que se aproxima (dim) das leis (me) poderosas (ir).

Por mais que se procure não se consegue encontrar o sumeriograma para GIR que desenharia “um objecto longo, em forma de seta, dividido em várias partes ou compartimentos» e seria o pretexto para postular a cabeça dos foguetões dos extraterrestres. Aliás, a existir algo parecido seria mais fácil identifica-lo como sendo uma ponta de seta que é hoje o que mais se assemelharia a um objecto deste tipo e bem conhecido dos sumérios. No entanto é mais que provável que se trate de uma das muitas mistificações destes adeptos dos extraterrestres algures reconhecidamente como sendo uma adaptação de uma imagem por sinal de origem egípcia rodada a 90º.




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Alguém acredita que esta simples manipulação de imagens nos convence que, por um lado a figura central destas imagens representavam, no Egipto Antigo, os deuses sumérios Din.Gir e, por outro, que ambas representam um foguetão espacial?

domingo, 22 de abril de 2018

MOIRAS, PARCAS & NORNAS, TECEDEIRAS DO DESTINO. por Artur Felisberto.



 
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Figura 1: As Parcas ou moiras tecedeiras do Destino. (Restauro do autor). Amasis Painter, lekythos, 550–530 B.C., Terracotta, The Metropolitan Museum of Art, New York.

 A essas extremidades está suspenso o fuso da Necessidade, que faz girar todas as esferas; a haste e a agulha são de aço, e a roca, uma mistura de aço e outras matérias. É a seguinte a natureza da roca: quanto à forma, assemelha-se às deste mundo, mas, segundo o que dizia Er, deve-se representá-la como uma grande roca oca por dentro, à qual se ajusta outra roca semelhante, mas menor, do modo como se ajustam umas caixas às outras, e, igualmente, uma terceira, uma quarta e mais quatro. Com efeito, há ao todo oito rocas inseridas umas nas outras, deixando ver no alto os seus bordos circulares e formando a superfície contínua de uma única roca em tomo da baste, que passa pelo meio da oitava. O bordo circular da primeira roca, a que fica no exterior, é a mais larga, depois seguem esta ordem: na segunda posição o da sexta, na terceira posição o da quarta na quarta posição o da oitava, na quinta o sétima, na sexta o da quinta, na sétima o da terceira e na oitava o da segunda. O primeiro círculo, o maior de todos, é o mais cintilante; o sétimo brilha com o mais vivo esplendor; o oitavo tinge-se da luz que vem do sétimo; o segundo e o quinto, que têm mais ou menos a mesma tonalidade, são mais amarelos que os anteriores; o terceiro é o mais branco de todos; o quarto é avermelhado; e o sexto é o segundo mais alvo. Todo o fuso gira com um mesmo movimento circular, mas, no conjunto arrastado por este movimento, os sete círculos interiores realizam lentas revoluções de sentido contrário ao do todo. Destes círculos, o oitavo é o mais rápido, depois seguem-se o sétimo, o sexto e o quinto, que ocupam a mesma posição em velocidade; nesta mesma ordem, o quarto ocupava a terceira posição nesta rotação inversa; o terceiro, a quarta posição, e o segundo, a quinta. O próprio fuso gira sobre os joelhos da Necessidade.

No alto de cada círculo está uma Sereia, que gira com ele fazendo ouvir um único som, uma única nota; e estas oito notas compõem em conjunto uma única harmonia. Três outras mulheres, sentadas ao redor a intervalos iguais, cada uma num trono, as filhas da Necessidade, ou seja, as Moiras, vestidas de branco, com a cabeça coroada de grinaldas. Elas cantam acompanhando a harmonia das Sereias, e são três:

Láquesis canta o passado, Cloto, o presente, e Atropo, o futuro.

E Cloto toca de vez em quando com a mão direita no circulo exterior do fuso, para fazê-lo girar, enquanto Atropo, com a mão esquerda, faz girar os círculos interiores. Quanto a Láquesis, toca alternadamente no primeiro e nos outros, com uma e outra mão. Assim, quando chegaram, tiveram de se apresentar imediatamente a Láquesis. Antes disso, um hierofante os pôs por ordem; depois, tirando dos joelhos de Láquesis destinos e modelos de vida, subiu a um estrado elevado e falou assim:

“Declaração da virgem Láquesis, filha da Necessidade. Almas efémeras, ides começar uma nova carreira e renascer para a condição mortal. Não é um génio que vos escolherá, vós mesmos escolhereis o vosso génio. Que o primeiro designado pela sorte seja o primeiro a escolher a vida a que ficará ligado pela necessidade. A virtude não tem senhor: cada um de vós, consoante a venera ou a desdenha, terá mais ou menos. A responsabilidade é daquele que escolhe. Deus não é responsável”.

A estas palavras, lançou os destinos e cada um apanhou o que caíra perto dele, excepto Er, porque não lhe foi permitido. Cada um ficou então sabendo qual a posição que lhe tinha cabido por sorte. Depois, o hierofante estendeu diante deles modelos de vida em número muito superior ao das almas presentes.

Havia de toda espécie: todas as vidas dos animais e todas as vidas humanas; viam se tiranias, umas que duravam até a morte, outras, interrompidas a meio caminho, que acabavam na pobreza, no exílio e na mendicância. Havia também vidas de homens famosos, quer pelo seu aspecto físico, beleza, força ou aptidão para a luta, quer pela sua nobreza, e grandes qualidades dos seus antepassados. Havia também as obscuras em todos os aspectos, e o mesmo acontecia para as mulheres. Mas essas vidas não implicavam nenhum carácter determinado da alma, porque esta devia por lei mudar consoante a escolha feita. (…)

Depois que todas as almas escolheram a sua vida, avançaram para Láquesis pela ordem que a sorte lhes fixara. Esta deu a cada uma o génio que tinha preferido, para lhe servir de guardiã durante a existência e realizar o seu destino. O génio conduzia-a primeiramente a Cloto e, fazendo-a passar por baixo da mão desta e sob o turbilhão do fuso em movimento, ratificava o destino que ela havia escolhido. Depois de ter tocado o fuso, levava-a para a trama de Átropo, para tomar irrevogável o que tinha sido fiado por Cloto; então, sem se voltar, a alma passava por baixo do trono da Necessidade; e, quando todas chegaram ao outro lado, dirigiram-se para a planície do Lete, passando por um calor terrível que queimava e sufocava, pois esta planície está despida de árvores e de tudo o que nasce da terra. Ao anoitecer, acamparam nas margens do rio Ameles, cuja água nenhum vaso pode conter. Cada alma é obrigada a beber uma certa quantidade dessa água, mas as que não usam de prudência bebem mais do que deviam. Ao beberem, perdem a memória de tudo. Então, quando todas adormeceram e a noite chegou à metade, um trovão se fez ouvir, acompanhado de um tremor de terra, e as almas, cada uma por uma via diferente, lançadas de repente nos espaços superiores para o lugar do seu nascimento, faiscaram como estrelas. Quanto a ele, dizia Er, tinham-no impedido de beber a água; contudo, ele não sabia por onde nem como a sua alma se juntara ao corpo: abrindo de repente os olhos, a o alvorecer, vira-se estendido na pira. E foi assim, Glauco, que o mito foi salvo do esquecimento e não se perdeu, e pode salvar-nos, se lhe prestarmos fé; então atravessaremos com facilidade o Lete e não mancharemos a nossa alma. Portanto, se acreditas em mim, crendo que a alma é imortal e capaz de suportar todos os males, assim como todos os bens, nos manteremos sempre na estrada ascendente e, de qualquer maneira, praticaremos a justiça e a sabedoria. Assim estaremos de acordo connosco e com os deuses, enquanto estivermos neste mundo e quando tivermos conseguido os prémios da justiça, como os vencedores que se dirigem à assembleia para receberem os seus presentes. E seremos felizes neste mundo e ao longo da viagem de mil anos que acabamos de relatar. --- A República de Platão.

e ao longo da viagem de mil anos que acabamos de relatar. — A República de Platão.

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Figura 2: Moiras. Na mitologia grega, as Moiras (em grego antigo Μοῖραι) eram as três irmãs que determinavam o destino, tanto dos deuses, quanto dos seres humanos. Eram três mulheres lúgubres, responsáveis por fabricar, tecer e cortar aquilo que seria o fio da vida de todos os indivíduos.

As parcas, na mitologia romana (moiras na mitologia grega), eram filhas da noite (ou de Zeus e de Témis). Divindades que controlam o destino dos mortais e determinam o curso da vida humana, decidindo questões como vida e morte, de maneira que nem Zeus poderia contestar suas decisões. São também designadas fates, daí o termo fatalidade. Nona (Cloto), "Décima" (Láquesis) e "Morta" (Átropos). Cloto tece o fio da vida, Décima cuida de sua extensão e caminho, Morta corta o fio.

A gravidez humana normal é de 36 a 40 semanas ou seja, de cerca de nove meses solares correspondentes a cerca de 10 meses lunares. Sendo assim compreende-se que no meio da indeterminação natural que ainda hoje é a hora do parto os romanos acreditassem na existência de duas Parcas. Presidindo ambas ao termo do trabalho de parto da mulher, dificilmente estariam de acordo entre si sendo a deusa Nona a que presidia ao nascimento previsto pelos meses solares enquanto a deusa Décima ou Decuma a que decidia quando o parto se dava próximo da “décima lua”. Como era o corte do cordão umbilical que definia o início autónomo da vida terrena seria por esta mesma analogia que a Morta determinava o corte do “fio da vida” na outra extremidade final da existência humana, que pode ocorrer a qualquer momento, de acordo com os caprichos desta deusa. Para reforço mítico da razão de ser da analogia do “cordão umbilical” com o fio da vida logo deve ter aparecido a analogia da condição humana como teia de enredos de malhas que o império da necessidade tece o que passou a ser o mitema nuclear das moiras gregas que devem derivar o seu nome da época remota e arcaica em que a deusa Morta era uma “moirade trabalho”.

Cloto (Κλωθώ; klothó) em grego significa "fiar". Segurava o fuso e tecia o fio da vida. Junto de Ilitia, Ártemis e Hécate, Cloto atuava como deusa dos nascimentos e partos.

Láquesis (Λάχεσις; láchesis) em grego significa "sortear". Puxava e enrolava o fio tecido. Láquesis atuava junto com Tique, Pluto, Moros e outros, sorteando o quinhão de atribuições que se ganhava em vida.

Átropos (Ἄτροπος; á-tropos) em grego significa "afastar", ela cortava o fio da vida. Átropos, juntamente a Tânato, Moros e as Queres, determinava o fim da vida.

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Figura 3: As Parcas ou Moiras.
I Assim a etimologia do nome de Cloto não nos reporta para uma deusa do parto, como Elítia era reconhecidamente, mas possivelmente para uma deusa fiandeira ou da tecelagem como foi Atena e Aracne mas que por ser grande tecedeira acabou deusa da fama e tecedeira das teias do Destino.
Κλωθώ (Klōthṓ) < κλώθω (klṓthō), literalmente, “fiar”.
Seria a fiação que deu nome à deusa Cloto ou a inversa? Será que esta deusa do destino deu também origem ao nome de «Clotilde» tal como teria dado ao de clóvis que seria tão franco quanto gaulês já que estes de diziam filhos de Dis Pater?.
Clotilde da Borgonha, também conhecida como Rotilde (em latim: Chrotechildis, Chrodechildis ou Chlodechildis; Lião, 475 - Tours, 3 de junho de 545) foi rainha dos francos, como a segunda esposa de Clóvis. Clotilde é um nome feminino que se originou a partir do germânico Chlotichilda / Chlodhilde, formado pela junção dos elementos hlot / hluot, que significa “fama” ou “glória”, e hilde / hild, que quer dizer “combate”.
«Clotilde» < Chlode-childis Chrote-childis < hlot + hilde
< Klot ó Cloto, deusa que tecia as teias da fama e do destino.
Por uma daquelas coincidências que deve mais às modas das épocas do que às fatalidades do destino esta Santa Clotilde tinha que vir a casar-se com o primeiro rei franco de nome Clóvis, exactamente com a mesmíssima etimologia.
Clovis I, em latim Chlodovechus, única forma contemporânea documentalmente atestada, talvez em Franco *Hlodowig (pronunciado provavelmente [xlod(o)wɪk] ou [xlod(o)wɪç]), nascido por volta de 466 e morto em Paris, 27 de novembro de 511, foi o rei dos Francos Salios, então rei de todos os francos de 481 a 511. Clóvis é importante na historiografia da França como "o primeiro rei de o que se tornaria a França". Seu nome, um nome germânico composto dos elementos hlod "fama" e wig "combate", é a origem do posterior Ludwig que deu origem ao nome próprio francês Louis, dado a 18 reis da França.
There are many personal names derived from the Germanic roots hlod (renown, fame, loud) and wig ("combat", "war"), giving "combat renowned", Latinized into Chlodovicus. Some historical figures have had some of these names. Or the first element might be a continental version of Anglo-Saxon hlōð = "troop": Hlōðwīg = "troop-war", or (as a bahuvrihi) "he who goes to war with or leading a troop". (The element hlod is found also in Lothar)
De facto, Clóvis que teria sido provavelmente Clodovico em baixo latim visigótico, Clodovigo em godo ou Clovix em gaulês tinha que ter origem germânica desse lá por onde fosse nem que para isso se tivesse que inventar um nome protogermânico virtual *Hlodowig que ninguém atesta e que dificilmente se explica pelas línguas germânicas conhecidas porque hlōð significa ora fama ora tropas. Obviamente que os dicionários estão cheiros destas interpretações polissémicas mas em estudos etimológicos é importante dar conta delas para justificar as que mais valor geral podem fornecer. Ora, de facto, a semântica da fama, que se relaciona com jogos militares, de facto, colhe a sua etimologia original sobretudo na mitologia das deusas do destino que pode ter sido uma deusa aparentada com a grega Cloto.

SANTA CLAUS
De facto, fora do mundo germânico vamos encontrar o nome próprio do imperador latino Cláudio que aprece significar isso mesmo, deus *Clau que poderia ser o paredro da moira Cloto.
Comunque l'autonomia di Sanco Semone da Giove e il fatto che Dius Fidius è una denominazione alternativa di Sanco (e non di Giove) è indicato dal nome del corrispondente Umbro dio Fisus Sancius che ripete le due parti costitutive di Sancus e Dius Fidius: l'umbro (e sabino) Fi-sus sta a Fi-dius come il Sabino Clau-sus sta al latino Clau-dius.
Ora, se estivermos atentos vamos dar voltar a mitologia nórdica e descobrir que o nome de S. Nicolau só apareceu para disfarçar a mitologia do Natal nórdico pelo equívoco de uma etimologia popular de origem diversa relacionada com o próprio nome deste santo. De facto, S. Nicolau é considerado filho de Theophanes (Θεοφάνης, Theophánēs) e Nonna (Νόννα, Nónna) ou seja, neto de Deus e da parca Nona! Estanho de facto!
Nicolau seria a evolução russa do nome Nicolawe derivado de *Kora-Ki, a deusa Karê que Cloto seria.
Nicolau < Nicolawe < Nin-| Colaki < *Kora-Ki
                                                                     => *Clau + tu > Clo-to.
Mas para interpretar a mitologia natalícia de S. Nicolau temos que recorrer à mitologia nórdica original de Santa Claus.
Santa Claus, also known as Saint Nicholas, Kris Kringle, Father Christmas, or simply Santa, is a legendary figure originating in Western Christian culture who is said to bring gifts to the homes of well-behaved ("good" or "nice") children on Christmas Eve (24 December) and the early morning hours of Christmas Day (25 December). The modern Santa Claus grew out of traditions surrounding the historical Saint Nicholas (a fourth-century Greek bishop and gift-giver of Myra), the British figure of Father Christmas and the Dutch figure of Sinterklaas (himself also based on Saint Nicholas). Some maintain Santa Claus also absorbed elements of the Germanic god Wodan, who was associated with the pagan midwinter event of Yule and led the Wild Hunt, a ghostly procession through the sky.
A única relação que S. Nicolau teria com o Natal seria a etimologia natalícia do nome e o facto de o seu aniversário hagiográfico ser a 6 de Dezembro por morte daquele saqnto. Claro que a mitologia em geral deve muito a coincidência e neste caso o nome de S. Nicolau de Mira tinha já muito a ver com o de Santa Claus que seria quase seguramente o seu antecessor arcaico nórdico também reconhecido entre os eslavos. Ora, *Clau seria nem mais nem menos do que um teónimo natalício de Odin, o divino kouro ou deus menino que também foi Zeus Velcheno e uma variante de Saturno, o deus Sete da «Satisfação» e, por isso, próximo da Sanco o deus dos sabinos que os romanos festejavam com as saturnálias, precisamente na mesma altura natalícia do Ano Novo, como deus das liberalidades da época dourada que seria a memória ancestral da cultura minóica. De facto, não será por acaso que este culto tinha na Alemanha o nome Sinter-Klaas onde Sinter faz lembrar os topónimos lusitanos Santar e o ibérico Santander e ser um cognato de Saturno.
Santa Claus era, afinal, nem mais nem menos do que o deus Saturno / Clau implícito no nome de Cláudio, parédro de Cloto e por isso relacionado com Clio, o nome que Platão atribuía à esposa de Poseidon, o deus supremo da Atlântida.
Normalmente são os deuses a dar nome à acção que tutelam mas, neste caso, não é evidente qual seria o nome primitivo desta deusa da fiação que, em latim, era a deusa Nona e que teria sido virtualmente também *Novena o que nos reportaria para «nave» ou «nau» e superficialmente para Atena Pró-neia (literalmente a que está em frente da nave do templo) e, declaradamente, para a deusa Nabia bracarense que na origem terá sido *Anakia, ou seja a mesma que a persa Anahita, também deusa das águas.
Ananque ou Anánkê (em grego: Ανάγκη, a partir do substantivo ἀνάγκη, "força", "restrição", "necessidade"), na mitologia grega, era uma antiga Deusa da inevitabilidade, mãe das Moiras e personificação do destino, necessidade inalterável e fato, Era casada com Moros.
Claro que não é Ananquete que deriva da força da necessidade mas esta daquela que descaradamente não seria senão Ki, ou Damkina, a esposa de Enki, o senhor das águas doces, numa variante egeia parecida com *Ninkete e que no Egipto seria Nanuet, a deusa que representava o abismo primordial como Tiamat. Em conclusão, a deusa nona só aparentemente tem relação com o nono mês da gravidez porque efectivamente é uma adaptação para esta conotação mítica do nome da deusa que esteve por detrás da grega Anânkê.
Cloto < klothó < Klaude-te < Kali-de < Kar-tu ó Kurija ó Ker.
Assim, Cloto seria afinal uma mera variante linguística de Ker.
Esta deusa grego Cloto teria uma etimologia que teria andado próxima do étimo *Chal- de que derivaria tanto o sal marinho como a «fama» nórdica de que derivou o nome de Clotilde e Clovis.
De facto, o nome de Cloto tem semelhanças com dois epítetos de Atena e que têm por raiz Kali com a conotação de bronze, secundária e seguramente derivada e que nos pode reportar para a tão celebérrima quanto arcaica relação de Atena a coruja e, por isso, com a cretense Kurija, a deusa mãe das cobras cretenses que teria sido a Medusa do templo de Artemisa em Corfu, uma variante arcaica de Deméter, ou seja, tão fértil e terrífica quanto Taverete.
Chalcioecus (Chal-kioikos), "a da casa de bronze", um sobrenome de Atena em Esparta, derivado do templo de bronze que a deusa tinha naquela cidade, e que também continha sua estátua em latão.
Chalinite (Chal-initis), o que pões os freios de bronze (chalinos) nos cavalos, um sobrenome de Atena, sob o qual ela tinha um templo em Corinto. Para explicar o nome, é dito que a deusa domou Pégaso e o deu a Belerofonte, embora o carácter geral da deusa seja suficiente para explicar o sobrenome (Paus. ii. 4. § 1.)
De qualquer maneira deve ter havido em Creta uma deusa com o perfil de Cloto que deve ter sido nem mais nem menos do que Clito a deusa que Platão refere como esposa de Poseidon e que, como todas as matronas arcaicas, seria tecedeira como Penélope e Atena Aracne.
De facto não deixa de ser estranho que a «roupa» em inglês, seguramente feita de tecidos vários, seja clothes, umtermo considerado de origem obscura mas que nos aprece evidentemente aparentado com o gregoklothó e que agora sabemos relacionado com o culto das artes de tecelagem de Cloto / Clito.
Cloth (n.) < Old English claþ "a cloth, sail, cloth covering, woven or felted material to wrap around one," hence, also, "garment," from Proto-Germanic *kalithaz (source also of Old Frisian klath "cloth," Middle Dutch cleet, Dutch kleed "garment, dress," Middle High German kleit, German Kleid "garment"), which is of obscure origin.
La palabra culcĭta tiene una etimología oscura dentro del latín y parece que su raíz puede indicar algo relleno e hinchado, pues parece tener un paralelo en sánscrito kūrkah (balón, fardo, algo relleno e hinchado).
A etimologia do nome genérico das Parcas passa pelo termo virtual *Kurkas ó burcas, que como as Keres seriam variantes de Kurija / Kertu.
«Colchão» < «colcha» <culcta < lat. culcĭta (colchão ou edredão de cobertura)
< kūrki-ta < Kurija / Kertu.
A Norna com o nome Urd parece ter ressonância com Cloto não tanto pela fonética imediata mas pela sua função de tecelagem da teia do destino. Mas…
Urd < Sax. Wurth < *Kur-ija > Anglosax. Wyrd > Engl. Weird.
        >«urd-ir» < ? > Lat. Ordire.
A deusa Nona pode ser uma adaptação alegórica ao tempo de gestação solar e derivar da mesma mitologia Egeia como a etrusca Nortia e as Nornas nórdicas.
Na mitologia etrusca, Nortia era a deusa do destino e da fortuna. Seu atributo era o prego, que era pregado na parede dos seus templos durante o ano novo. Embora não haja menção da deusa em textos etruscos, o historiador romano Tito Livio a menciona numa dedicação ritual associada com ela: Minervae inventum sit. Volsiniis quoque clavos indices numeri annorum fixos in templo Nortiae, Etruscae deae, comparere diligens talium monumentorum auctor Cincius adfirmat. -- Livy vii. 3. 7.
É uma desatenção inexplicável não comparar nem postular uma relação evolutiva entre a deusa etrusca Nor-tia e as Nor-(a)nas nórdicas sendo todas deusas da sorte e do destino.

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Figura 3: Nornas. As Nornir são representadas como 3 mulheres: a virgem (Skuld), a mãe (Verðandi) e a anciã (Urðr). Apesar de serem consideradas deusas do destino, as Nornir são jötnar (gigantes), e as 3 são donzelas (virgens).

II A deusa Decima pode ser uma adaptação alegórica ao tempo de gestação lunar e derivar de Decuma, a deusa Cibele ou a Sibila de Cumas.

A Sibila de Cumas, segundo a mitologia grega, era natural de Éritras, importante cidade da Jônia. Ficou conhecida como a sibila de Cumas porque passou a maior parte de sua vida nesta cidade, situada na costa da Campânia (Itália).


Decima < Decuma< De(a) Cuma < Kyma < Ki-Ma, Deusa mãe Ki

> *Kimê >«Fama».

Obviamente que não é fácil descortinar o nome da moira grega Laquesis em Decuma pelo que somos obrigados a considerar que se trata de tradições diferentes. No entanto, bem perto da Mauritânia fica Marrocos e Marraquexe que parece ter algo a ver com o nome desta moira.


Laquesis > Ma + Raqueshis > Marraquexe > Marrocos.

Acredita-se que Marraquexe ("Marrakech") derivaria das raízes berberes "ta-mart", "terra", e "akush", "Deus". De qualquer modo não nos podemos esquecer que se fizer sentido a relação de Laquesis com Marrocos então, como o que parece relacionar estes dois termos é a Mãe Terra, *Kimê, fica exoicada a relação de Decima com esta moira

A segunda norna equivalente seria então Werd-andi, com o significado de a que está tecendo ou «urdindo» a «verdade», ou seja, o destino pessoal de cada um. Como parece evidente esta tradição mantém o étimo Wer- de Kurija, que vamos encontrar nas Horas e nas estações do ano, acrescentando-lhe o radical -andi que em latim é um gerúndio ou seja um gerador constante de acção e que deve decorrer da mitologia da deusa Mãe parideira Antu, equivalente de Decuma

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Figura 4: Prometheus creates man. Clotho and Lachesis besides Poseidon (with his trident), and presumably Atropos besides Artemis (with the moon crescent). Roman sarcophagus, Louvre.



III MORTA & ATROPOS

As moiras (em grego: Μοῖραι), na mitologia grega, eram as três irmãs que determinavam o destino, tanto dos deuses, quanto dos seres humanos. Eram três mulheres lúgubres, responsáveis por fabricar, tecer e cortar aquilo que seria o fio da vida de todos os indivíduos. Durante o trabalho, as moiras fazem uso da “Roda da Fortuna”, que é o tear utilizado para se tecer os fios. As voltas da roda posicionam o fio do indivíduo em sua parte mais privilegiada (o topo) ou em sua parte menos desejável (o fundo), explicando-se assim os períodos de boa ou má sorte de todos. As três deusas decidiam o destino individual dos antigos gregos, e criaram Têmis, Nêmesis e as erínias. Pertenciam à primeira geração divina (os deuses primordiais), e assim como Nix, eram domadoras de deusas e homens.

É possível garantir que os nomes das duas primeiras parcas latinas eram alegóricos porque etimologicamente pouco ou nada têm a ver com os respectivos nomes gregos. Já o nome de Morta não será uma alegoria, embora o pareça por ser literalmente o que significa: a morte inexorável. De facto, Morta deriva de um deus virtual que teria sido *Ma-Werte, possivelmente variante do nome da deusa egípcia do parto que era Taveret,de que teria derivado também o nome de Marte / Mavorte. Neste caso, *Maweret º Taweret e seriamambas formas de Isis, a deusa que ressuscitouo próprio filho e marido, Osíris.

Como a função de Marte era a de tanto a de deus de fertilidade em tempo de paz como de morte, em tempo de guerra, podemos postular que primitivamente Marte / Mavorte era filho de Morta e mais tarde seu esposo, como Vénus foi. Ora, é óbvio que a deusa Mor-ta é literalmente a ou o (deus) *Mor que facilmente se identificaria como sendo o deus grego Moros, o pai das Moiras.

Moros (em grego: Μόρος), na mitologia grega, era o deus da sorte e do destino, da morte e das criaturas do Tártaro representado uma entidade cega. Segundo a Teogonia de Hesíodo, era filho de Nix, sendo assim considerado um Daimon. Sem ver a quem reserva o futuro, seu carácter é o da inevitabilidade.

Sendo filho da Noite Primordial, Moros teria necessariamente que ser uma entidade cega de luz como é a noite e negra, como os «moiros» do Norte de Africa acabaram sendo e «morenas» como eram as mouriscas «moiras» encantadas lusitanas suspeitando-se que o nome de Afrodite Melania derive deste mitema relacionado com a morte negra, que a latina Morta já era tal como as Keres gregas, irmãs de Moros. Ora bem, pode facilmente suspeitar-se que esta Afrodite Melania, enquanto a latina Vénus, estaria casada com Marte / Mavorte quer porqueaquela era Morta, quer porque este era Moros o que nos permite postular uma origem arcaica da raiz *mor- de que deriva também a moralidade latina, talvez porque também esta estivesse relacionada com o destino colectivo do povo.

Seguramente que se formos procurar origem desta raiz *mor- iremos encontrar escrito as costumeiras eloquências que põem o protocolo da mitologia virado do avesso na base de evidências linguísticas que relacionam as moiras gregas com termos correlativos para «sorte» ou «quinhão» na distribuição dos despojos militares ou lote de terras distribuído por mérito ou herança!

The ancient Greek word moira (μοῖρα) means a portion or lot of the whole, and is related to meros, "part, lot" and moros, "fate, doom", Latin meritum, "reward", English merit, derived from the PIE root *(s)mer, "to allot, assign".

Porém, o mais lógico é suspeitar que foi a mitologia das moiras que emprestou a estes termos o significado de «quinhão» de riqueza ou "porção do espólio" de guerra por analogia óbvia com a porção de vida que as moiras dão aos mortais por destino. A verdade é que o quinhão de vida, que acaba sempre no seu fim que é morte, teria que ser dado por deuses da morte como no fundo todos estes deuses são…desde logo pela sua relação com a deusa Morta e com a etimologia latina da morte. 
 

Ver: DEUSES DA MORTE (***)


Ora esta mesma relação semãntica já estava latente na mitologia da deusa egípcia Tavaret quer por ser uma deusa do parto e, logo também, uma deusa da vida e da morte quer porque esta tinha o seu lado negro na mitologia do Amut / Amenti / Amentet.

Amentet (Ament, Amentit, Imentet, Imentit) was the Egyptian goddess and friend of the dead, and the personification of the Land of the West, 'Amenti'. It was she who welcomed the deceased to their new dwelling place in the netherworld. She was also a goddess who helped with the rebirthing process, and thus a goddess of fertility and rebirth, who regenerated the deceased with food and water.

Originally, Amenti (or Amentet) was considered to be the place where the sun set at the entrance to the netherworld, but the name was soon applied to cemeteries and tombs across Egypt. As a goddess of the dead, Amentet is thought to have lived in a tree at the edge of the desert overlooking the gates to the underworld.

Should the heart prove heavier, however, it was thrown to the floor of the Hall of Truth where it was devoured by Amenti (also known as Amut), a god with the face of a crocodile, the front of a leopard and the back of a rhinoceros, known as "the gobbler". Once Amenti devoured the person's heart, the individual soul then ceased to exist. There was no `hell' for the ancient Egyptians; their `fate worse than death' was non-existence.

A-tropos, a que afasta de lugar, deve ter uma origem alegórica recente relacionada com o trauma do corte do cordão umbilical ou pode derivar de a-trophos, a que retira o alimento, mas sempre e em qualquer caso de origem alegórica recente.

A norna equivalente é uma Valquíria que transporta os guerreiros mortos para o «vale dos caídos», a Valhalla, e que se chama Skuld, que facilmente se vê não ter continuado a sequência da raiz Wer-. Assim vamos ter de esclarecer a relação coma parca Morta e com a moira Atropos por vias indirectas.

Su nombre está asociado en nórdico antiguo (así como en los idiomas escandinavos modernos) a "deuda, falta, culpa, o responsabilidad". Etimológicamente la palabra deriva de skola en islandés / nórdico antiguo, "necesidad, ser necesario".

1 Esta palabra comparte el mismo origen que ciertos verbos germánicos modales como "skulle" en sueco (modo condicional, "lo que podría ser") o "should" en inglés ("lo que debería ser").

2 Por extensión, Skuld se interpreta usualmente como el aspecto del destino relacionado o reflejado en el futuro, es decir, "lo que nos hará falta, lo que debería ser, o lo que es necesario que ocurra".

Desta norna se canta em islandês antigo que “Skuld helt skildi”, ou seja, “Skuld tinha um escudo” que em inglês moderno continuaria um trocadilho “Should had a shield” que poderia ser traduzido como: “a necessidade tem um escudo” como as mulheres árabes têm *kurkas ou burcas.


Should < Skuld < Ish-kur-Te < Ishkur ó Kurija.

O único aspecto relevante da terceira norna de nome Skuld e a sua relação coma a necessidade imperiosa do destino que era a qualidade semântica da mãe das moiras que era Ananquê. Delas resultou o moderno conceito vitoriano do dever inglês.

As «fadas» da mitologia dos contos infantis equivalentes às nortas nórdicas estão relacionadas com ofatum latino, um conceito de destino que e fatalidade que nos pode reportar para um deus arcaico como seria Fanes grego e Fauno latino.


Fatum < for / fārī / fātus sum *fā-ōr
> Grec. Φά-τις.
From Proto-Italic *fāōr, from Proto-Indo-European *bʰeh- (“to speak”). Cognates include fama (“news; fame”), fabula (“story, tale, fable”), Ancient Greek φημί (phēmí, “speak”), φάτις (phátis, “rumour, news, speech”), φάσις (phásis, “speech, announcement”), φωνή (phōnḗ, “voice”), Old Church Slavonic баяти (bajati, “tell, narrate”) and баснь (basnĭ, “fable”) (Russian ба́ять (bájatʹ) and ба́сня (básnja)) and Old English bannan (English ban). Compare also Sanskrit भनति (bhánati, “speak”).

Na verdade, seria falta de lembrança não incluir nesta evocação os Vanes da mitologia nórdica. Os Vanir ou Vanes são um grupo de deuses da fertilidade e da prosperidade, magia e profetismo que se contrapunham aos Æsir ou Asses que eram deuses do poder e da guerra. De facto, são os Vanes que permitem relacionar o fatum com outros termos de suposta origem indo-europeia.

 “La palabra destino viene del verbo destinar, y este procede del latín destinare”[1]. Obviamente que estamos perante outro dos erros comuns no estudo da etimologia porque não são as palavras que derivam dos verbos mas as acções que derivam das coisas coagidas ou dos agentes dos actos. De facto, os verbos são realidades complexas na sua conjugação e não é de regra o simples derivar do complexo mas o inverso.

“El prefijo latino de- que indica separación y origen y a veces dirección de arriba abajo o idea de descenso, como en declarar y demacrar”[2]. Obviamente que o sentido da preposição e prefixo «de» tem o significado de separação e origem e direcção de descida de cima para baixo precisamente porque a sua origem semântica decorre do seu significado original mais arcaico que seria o de deusa mãe e divindade.

“La raíz del verbo -stanare, el cual por apofonía radical cambia a -stinare, como apreciamos también en obstinar. La forma -stanare se genera de la raíz -sta- del verbo stare con un infijo nasal -n-. Stare significa "estar de pie", o sea, "estar fijo" y se asocia con una raíz indoeuropea *sta (estar de pie), que en griego dio στατός (statos = estacionario) y de ahí las palabras: estática, próstata, metástasis, etc[3].


«Destino» < Lat. De-| stin < -stan(are) < Istano, o deus sol dos hititas, ou

                 < *Dis-Tan, o deus cobra dos infernos, ou seja,

Tan-atos, o Destino final de tudo e de todos.



HIPNOS & TANATOS, ANJOS DA GUARDA DOS MORTOS (***)



A regularidade cíclica dos períodos solares deve ter criado a ideia da necessidade causal do destino daí a sua relação com o deus sol dos hititas que tudo indica terem sido os antepassados culturais dos romanos.

O destino não está predestinado na mente dos deuses ou se está, o seu desconhecimento teórico coloca-o na posição do que é desconhecido e que por isso indeterminado e inoperativo. A teia do destino vai sendo tecida a cada momento pelas acções humanas sujeitas aos caprichos da Sorte e ao império das leis naturais. Da Necessidade causal da física determinista estável ao Acaso probabilístico que começa na geometria fractal gerada pelos números irracionais, passa pela incerteza quântica da realidade sensível à instabilidade das condições iniciais e acaba no livre arbítrio das decisões subjectivas a infinitos níveis de decisão da realidade as filhas de Ananquê sonham que decidem o Destino dos humanos mas são os limites ilimitáveis tão simples quanto complexos da infinita “liberdade condicional” de tudo o que ocorre na Natureza que tecem a forma e o domínio de acção do Devir que a cada momento renova a Eternidade do Ser. Entre o Ser tudo e o não Ser nada, o Acaso e a Necessidade tecem as malhas de alguma coisa que é a grande ilusão do Devir.






[1] http://www.dechile.net/


[2] http://www.dechile.net/


[3] http://www.dechile.net/